Natal na Ámádorah - Pt.I
Que foi estranho, foi.
Não acordar com a casa a cheirar a rabanadas feitas pela minha mãe. Não ver o meu pai na cozinha a arranjar as couves e as batatas. Não ver o meu afilhado de volta dos presentes debaixo da Árvore (btw, disse-me ele todo lampeiro: Oh di, eu já sei que são os Pais que compram os presentes. Querias que eu ainda acreditasse no Pai Natal? Pois é, o meu 1/4 de coração já vai fazer 10 anos...). E morri de saudades! Dos telefonemas aos amigos, de jogar Uno. Dos 7 à volta da mesa a comer o bacalhau que melhor sabe no ano todo.
Este ano acordei euzinha para fazer os doces de Natal. Os salgados fritos de Natal, para separar as prendas e os saquinhos de frutos secos.
Fiz o meu melhor para não deixar o meu coração "voar para o Porto". Falei com a minha família de manhã e à noite, "só".
Passei o dia com as 3 mulheres da vida do m-R (a mãe, a avó e a tia-avó), vi-o voltar a querer viver o Natal, depois da morte do avô dele. Adoraram a minha mousse. Eu fiquei viciada em argolinhas de limão!
Recebi poucas prendinhas mas boas: um casaco que tinha amado na New Yorker, da Sogrinha; um conjunto de prato de bolo da Loja do Gato Preto, da tia-avó. Uma nova necessaire para a mala do dia a dia e miminhos da Yves Rocher, da avó. E claro esta pérola, e um cartão lindo do m-R.
Presenteamos os quadrixanos. Ficou apenas a faltar entregar a lembrancinha à JB - achas que te safas de vir cá a casa jantar, é?
Fui incluída numa nova família, sem dúvida! Com muito carinho, com muito cuidado para me sentir o melhor possível.
Tenho encontrado na sogrinha um apoio. Ajuda sem se intrometer, compreende que não é a minha mãe, mas oferece-se para "quando eu preciso de falar, porque é normal que eu sinta saudades", porque "sabe lá Deus o quanto a tua mãe sente a tua falta".
A avó e a tia-avó acham-me a rapariga mais inteligente que já lá entrou em casa (só porque consigo ler, ouvir tv e conversar com as 3 ao mesmo tempo...).
O m-R está feliz.
Eu sobrevivi e vivi o Natal na Ámádorah.