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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Ter | 04.10.16

Isto é não dizer mal, por dizer...

É uma constatação, baseada no meu gosto, pessoal.

Eu não dou para fã, gorupie féxon, da Padaria Portuguesa - se é que ainda é féxon, badalar esta cadeia de "padarias":

A verdade é que tentei.

Em, pelo menos 3 localizações diferentes - isto assim eu a lembrar-me de cabeça - nos últimos 2 anos.

Não vou expor aqui nenhum caso escabroso. Vou "só" expor a minha desilusão.

Uma pessoa passa pelas lojas e vê belas fotos. Muitos tipos de pão. Uma abordagem tradicionalista e quasi-saudável aos doces de confeitaria.

Mas o que me acontece é, de tempos a tempos, dar uma oportunidade e sair cabisbaixa.

Já experimentei os famosérrimos pães-de-deus... nhé. Os do Continente não lhe ficam muito atrás e são 25 cêntimos mais baratos.

Os scones de manteiga... não são maus, mas lá está. Não são maus. E para esta avaliação, não valem o preço.

Já experimentei variados pães e... não me fascinam.

O que experimentei hoje então, deixou-me verdadeiramente triste: pão tigre. Conheci pão tigre há 21 anos atrás, pelas mãos de 3 irmãos, padeiros, brasileiros, que abriram uma padaria-confeitaria maravilhosa, no Porto. O pão tigre deles era amanteigado, fofinho e a crosta "tigre" era crocante e adocicada. Um sonho! Ontem, passo pela Padaria Portuguesa do Saldanha vislumbro pão tigre, e só não corri lá para dentro, para não tropeçar (que isto já vão 3 quedas em 3 semanas).

Pedi o meu singelo pão tigre e esperei pela hora do lanche a antecipar todos aqueles sabores. Enganei-me! redondamente. Acabei a comer um pão pouco mais fofo do que um scone. Fresco sim, mas não muito fofo. Nada crocante e sem ponta de adocicado.

Também já me aconteceu lá comprar e o croissant vir esmigalhado, a fatia de bolo tender para o seco... mas isso uma pessoa vai "perdoando" com a ideia de que pode ter sido da hora ou do dia da visita.

Mas ontem a Padaria Portuguesa "matou" uma memória da minha infância.

 

Uma "padaria" - sim, porque ontem reparei que tipos de pão têm muitos, uns 10, mas amontoados com cada vez mais opções, como arrufadas, 5 tipos de croissants, bolachas, bolachinhas e biscoitos, frutos secos, fruta fresca, batatas fritas (?) e até água de marca própria (???) - não deveria viver de ser um conceito modernizado, povoado de música portuguesa atual e indie.

Uma padaria deve cheirar a pão, a doces acabadinhos de fazer. E não de fotos de "produtos exclusivos aos fins-de-semana", que estão à venda a uma 2ª feira.

Ou note-se: os únicos produtos de que gostei foram:o hambúrguer em pão de brioche, as fatias de quiche e o pão(zinho e bota zinho nisso!) de passas e nozes. Na minha mente, nenhum dos 3 é "verdadeiramente" um produto de padaria, tradicional, e muito menos, Portuguesa.

 

Se lá volto a entrar? Volto. Está à mão.

Este não é um texto de "nunca mais". Esta é uma ode a uma memória de infância, que só ontem percebi, que perdi.

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