Enquanto houver estrada para andar...
"a gente vai continuar".
Queridas N. e J.,
Esta é quase que uma carta "corrida" para vocês.
Informo que este domingo bati o pé.
Pus para correr e comecei o processo de afastamento da pessoa tóxica que tantos minutos de dúvida e mal-estar me trouxe nos últimos meses.
Doeu perceber tudo.
Ainda doi. Sinto-me uma adolescente crente, usada e manipulada.
E fui, só que sem a parte de ser adolescente.
Mas olhei para dentro (com ajuda), analisei o pesadelo.
E decidi, que da minha parte, não há mais "alimento".
Confesso-vos que morro um bocado de medo, que a pessoa tóxica se tente aproximar, que venha cobrar, que não pare a manipulação.
Mas sei que a cada respiração mais funda, o mando mais para longe de mim.
Agora é só conseguir chegar à fase em que deixo de ter medo do toque das SMS no telemóvel.
É só chegar à parte em que a amizade magoada passa a memória não esquecida.
Obrigada por estarem desse lado.
Por me mostrarem que, às vezes (quase sempre!) o mundo não é perfeito, nem cor-de-rosa e as pessoas não são todas genuinamente boas.
E que não é sinal de fraqueza deixar ir. Largar. Atirar para longe.
É um sinal de força, de preservação.
Obrigada por fortalecerem a minha "rede".
(Esta frase fez-me lembrar de vocêses, minhas gaijas!)