Da vida adulta
Ando aterrorizada com a vida adulta.
E não percebo porque raio me sinto tão overwelmed agora. Tão afogada "em tudo", tão "perdida".
Se estou a partilhar a vida com alguém, não devia ficar tudo mais fácil? Dividindo o peso?
E ele até ajuda. Ele tenta minimizar as coisas, quando me vê a "afogar".
Mas ter que decidir o que se faz esta semana, onde se vai, onde se gasta o dinheiro. Ter que adirar planos. Ter datas obrigatórias. Andar a dançar com o calendário. Mata-me. Moi-me! Dá-me vontade de berrar, de chorar de fazer flip the table.
E ele tenta-me acalmar e eu só me sinto mais nervosa. Mais a falhar.
Cheia de vontades e de planos, sem dinheiro para ter tanta coisa e a sentir-me presa, ao mesmo tempo. E agora já não podemos culpar a Tese. Agora culpo a vida, e a minha ansiedade.
E antes? As responsabilidades eram as mesmas e eu não me andava a auto-flagelar ou a rosnar a tudo.
Amanhã lá vai ele para fora outra vez. E daqui por uns dias outra vez. E, se por um lado me sinto mais livre, também me apercebo que aqui, não sou tão independente. E que lá vou eu para casa, tratar de tarefas e tentar não adormecer no sofá.
Texto que escrevi para a C., sobre o dia de hoje.