Brincar com o tempo
Ainda por estes dias li a Desconhecida e os seus miúdos falar do tempo, dos desejos de criança, do que é "ser crescido".
E bem diz ela, se os miúdos soubessem... não queriam ser tão crescidos, não sonhavam tanto com o ser adulto, não faziam tantos planos.
Ando numa fase de "olhar muito para trás".
Não de "cor-de-rosar" o passado, de achar que o que vivi é "que foi!", pouco do que vivi foi de grande memória (exceptuando os momentos com a MC, com o m-R, com o meu afilhado...).
Mas, tenho andado introspetiva, e tenho-me apercebido que este meu feitio de viver as coisas para mim e em mim, as faz quase passar por pouco intensas, quando não o foram.
Ando numa fase de, dissussiando as pessoas, olhar para situações em que fiquei dorida, ou deveria ter ficado... e perceber. Juntar peças do meu puzzle.
E no fim? No fim sou tão cliché, como a "rapariga do lado". Não há cá intelectualóide.
Realmente, não há liberdade como a de dizer o que sentimos, mesmo que isso não seja compreendido, ou aceite.
Realmente, não há Amor como o 1º. Ao ponto de me chegar a questionar se voltei a amar "assim".
Realmente, ganhamos medos, com a idade.
Realmente, transformamo-nos nos nossos pais, por muito pouco, ou nada, que nos reconheçamos neles.
Ao fim e ao cabo?
Viver é muita coisa.
Incluindo, brincar com o tempo.