Amarras, que são dos outros
Quem me lê há muito sabe.
Ser mãe nunca-me foi prioridade ou chamado.
Tivemos, enquanto casal, ali uma fase de quase nos deixar levar pela evangelização da sociedade.
E logo a seguir fomos rodeados de mortes e dificuldades.
E aí soube, porque a minha intuição sempre foi a de não trazer ninguém mais ao mundo.
Em terapia tenho falado sobre isso, sobre a certeza, a certeza de ambos, pelo que sabemos não ser egoísmo; mas cuidado, noção.
Aos 38 anos finalmente comuniquei-o com todas as letras à minha mãe.
E aí sim, senti as amarras dos outros dar lugar ao poder não me sentir pressionada, pelo esperado, e dizer as palavras da minha decisão, enquanto mulher - apoiada por um homem que me compreende e concorda.