Água mole em pedra dura...
Eu sei que tentei. Sei porque, há três meses que lutava contra a minha voz interior, na ânsia (cega), de chegar a algo lado.
Eu sei que mesmo não se vendo, abri o meu peito o melhor que pude, e desenhei confiança onde ela começava a rarear, tal era a minha esperança.
Mas não deu. Desencontramo-nos a muitos níveis, e desta vez, não tínhamos grande chão em comum.
9 meses depois, deixei a terapia.
Há meses que ando em luta, a agarrar-me à mais fina e pequena réstia de interesse e esforço da A. E a última sessão acabou numa nota que me mostrou isso: terapia não é o paciente sentir-se em esforço para ser "encontrado" pelo seu terapeuta. É um trabalho do terapeuta chegar ao paciente, é o SEU trabalho.
Que cada vez menos acontecia.
Tal como sentia (e pressentia) a A. e eu estamos em comprimentos de onda demasiado diferentes, quase opostos. Não sou "o paciente modelo da A.", nem ela os deveria ter, mas, em tantos meses foi o que passei a sentir, que ela tem "modelos de paciente" e eu não sendo um deles, comecei a ser deixada de lado.
E caraças, uma pessoa, quando está mal, precisa de ajuda e a procura, como eu, não é para PAGAR e sair de lá a sentir-se assim ou é?!
9 meses depois, saio, sem ter perdido tudo. Não estou, nem de longe, nem de perto, onde queria ou sonhava estar. Acho até que estou bem longe disso, mas cheguei a "algum lado" e o melhor é que consigo visualizar, perceber onde estou.
Esta experiência é oposto da experiência de há 5 anos, quando a A. me ajudou a reencontrar a vida. Mas lá está: as pessoas mudam e evoluem, e por vezes, as direções afastam-se, demasiado.
Estou triste, frustrada ressentida. Acima de tudo E apesar de tudo, desiludida, mas o passo tinha que ser dado.
Daqui para a frente? Não sei.
Sei que tenho o melhor companheiro do mundo, o MELHOR (que é meu amante e meu amigo). Que tenho amigos e ciclos de amizades. E que sobrevivo.
E estou aqui.