A depressão e a ansiedade estão na moda?
Agora multiplicam-se os artigos na internet e nas publicações femininas sobre depressão, crises de pânico, ataques de ansiedade, efeitos nefastos do stress...e como essas problemáticas mentais são doenças. Que devem ser assumidas, conversadas, tratadas. Que não são motivo de vergonha, mas sim de resiliência.
Não poderia concordar mais. Mas esta abordagem, este espaço mediático nas revistas it, nos websites cheios de tráfego, nos livros "bem"... parece "moda".
E digo isto "de barriga cheia". Porque sofro de distrubios nervosos desde os 9 anos. "Eu posso falar".
Com 31 anos conto 4 depressões nervosas, que eu saiba reconhecer.
Já fiz 3 anos de terapia.
Conheci os menadros dos ataques de pânico e ansiedade entre os 13 e os 17 anos. E ajudei um ex-namorado a ultrapassar/conviver com os dele.
Soa-me a moda. Mas fico feliz que ela exista.
Assim posso escrever sobre viver assim sabendo que não estou sozinha, posso escrever sabendo que não me vão virar as costas. Posso escrever sabendo que há quem acene do outro lado e respire fundo e ganhe um bocadinho de força para aguentar mais este dia.
Assim, quando há semana e meia fechei o capítulo de terapia que me acompanhou durante quase um ano, fechei-o com o apoio do m-R, que se sentou comigo a olhar para situação e me fortaleceu, mesmo quando eu sentia o ar a faltar nos pulmões e não percebia bem onde estava. Descobri que tenho amigos que não têm vergonha de me ajudar a lidar com isto. O telefone toca, recebo SMS's, recebo "pedidos" de força e foco em mim. Sem ponta de peninha ou de coitadinha, que é doente.
Tenho apoio porque a consciência, minha e dos outros, vai mudando. Mesmo que seja por causa de uma moda.