Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qua | 23.11.16

23 de novembro de 2016

São 13 anos sem ti.

13 anos em que me obrigaram a dizer adeus ao teu beijinho na testa, à tua voz, à tua alegria de criança, "presa num corpo de adulto".

Nos dias em que a saudade doí e me magoa, faço-te aquelas perguntas, as que se repetem na minha mente, quase em modo de acusação: porque não te cuidaste melhor? Porquê que escondeste os teus "medos" de saúde de nós, nós que te podíamos ajudar? Porquê que eras tão rapazola que não viste que o teu coração já tinha vivido demais, emoções fortes demais, para aguentar mais um inverno frio?

E o teu corpo não gostava do inverno frio. Não se davam, atacavam-se. E tu sabias! Mas esperavas sempre pela primavera...

Nos dias em que já aprendi a lidar com a saudade que doí, mas que se deixarmos o Amor falar mais alto... quase consigo ver o teu sorriso. Converso contigo da janela da casa nova, enquanto fumo um cigarro (o teu vício, que ninguém diria, mas passou para mim). Relembro as nossas conversas, nos Domingos à tarde, ao telefone. Imagino-nos agora, a falar do Bruno de Carvalho!

Quando a saudade é quasi-doce, sinto-te em mim. Na forma de orgulho, na forma de honra, de valores, de "passos em frente", de coragem. Porque sei que o meu lado "pula e avança", só pode vir de ti.

Chego a este dia. E mais um ano, olho para trás. Para aquele Domingo feio, de chuva e frio, que te levou de mim. Mais um ano a saber-te meu Anjo. Mais um ano a saber-te único, entre os mortais, tu, que és imortal, para mim.

São 13 anos de muitas perguntas que ficaram por fazer, que me bailam na mente, que aparecem do nada, como a tua memória em mim.São 13 anos de certezas no coração.São 13 anos, em que, neste dia, me irei sempre sentir com 18 anos. E tu ficas imóvel, com a tua barba de 7 dias, sorrindo à menina que eu era e que já atingia metas tão importantes - para ti.

Este ano a tua vela, a luzinha pequenina que te acendo sempre, cá em baixo, para que te sintas sempre grande aí em cima, será acessa na minha casa. Minha mesmo, para que nunca mais te falte um teto, como te chegou a faltar, em vida. Esta casa que queremos encher de amor, para que tu cá queiras morar, sempre.

Este ano, é mais um ano. Sem ti.

Este ano as saudades conseguiram crescer e serenar, e eu aprendi que isso é paradoxalmente possível, com Amor e por Amor.

Tenho muitas saudades tuas Avô. Hoje e sempre. Meu (cada vez mais, único) Avô. 

Comentar:

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.