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Aos olhos e no coração dos outros sou ouro.
Sou Luz.
Sou exemplo.
Sou Amor.
Que sou, que lhes tenho, que lhes dou.
Nos outros há crença; há vontade; há energia; há palavras que querem trazer para cima.
E eu vejo, e sinto, e agradeço.
Mas estou tão cansada, que não consigo acreditar.
Sorrio e agradeço e guardo, dentro de mim, a gratidão.
Esta mensagem tem sido repetida na terapia.
É um ponto a trabalhar.
Estou a dar passinhos para tal, mas ainda não cheguei à parte do sem culpa e do "devia estar a aproveitar melhor o tempo"...
É realmente lutar, todos os dias.
É não perceber porque coisas que nos animavam já não trazem alegria, nem sequer energia.
É viver a pedir à mente e ao coração, tréguas. Paz. E não as ter.
Esta semana só saí da cama, só me vesti, só me alimentei quando tive motivos externos que me "obrigaram".
Não consigo fazer-me ir ao ginásio. Leio 20/30 paginas em alguns dias (e isto de um livro que quis muito comprar...).
Foco-me em funcionar para a casa, para o m-R, para os gatos.
Mas ter depressão e ansiedade é mesmo viver num buraco negro, de areias movediças, que nos suga. Que nos afoga na sua envolvência.
Queria tanto ser mais do que isto, mas não consigo.
Agora que já acabou, posso fazer saldo?
Fui, logo no início, num dia em que tinha obrigações, o m-R como companhia, e ia passar lá perto.
Levámos sacos, protetor solar, e fizemos todos os corredores - confesso que fazer o último terço foi quase como acabar uma maratona!
"Só" lá passámos 4 horas...
8 livros novos - tudo livros que passei anos a namorar e a ouvir falar.
(Fora 2 que não encontrei, outros 2 que achei demasiado caros e 2 que afinal não estavam em promoção. #pelintra4ever)
Até que tenho mantido o meu ritmo de ler 1 livro (vá, 1 livro e meio) por mês... mas a comprar 8 de uma vez... a TBR não desce não...
Esta música já foi banda sonora de coração partido; de dizer adeus.
Hoje, sinto que me representa, que me banha, que me acalma.
Ainda dizem que o ser humano não muda...