Trabalhar em nós mesmos
Faz este mês 2 anos que estou em terapia regular.
Muitos, muito dias dou graças pelo meu caminho se ter cruzado com a Dr.ª C.
Começamos o contacto pela especialização em terapia de luto; mas com tudo o que tenho vivido nos últimos 2 anos, o nosso trabalho tem-se ramificado muito para fora "só" disso.
Sim, ela sabe que a minha mudança de personalidade e de visão da vida veio do impacto total que é perder a minha irmã.
O processo, o roubo, a dor, a saudade, o aprender a viver "efetivamente" agora como filha única, que nunca irei ser, porque a minha A. existe em mim, em todos nós.
2 anos.
2 anos tão difíceis, tão cheios, tão loucos, tão profundos, negros, muitos muitos dias.
Mas é interessante como o nosso trabalho juntas que tem feito mais do que olhar para mim e pensar muito - algo que sempre fiz - trabalhar em mim, no que está láaaaa no fundo; em como as peças do puzzle se vão encaixando e no que tenho aprendido para gerir, ou para tentar perceber sem entrar em espiral, quando não encaixam ou eu não percebo a imagem final.
Ainda mais interessante é trabalhar com alguém que não vai em modas, em expressões buzz, no que os colegas dizem.
As consultas, aquela hora, é nossa.
E sei que ali tenho uma aliada.
Não tornou a vida cor-de-rosa ou, sequer, fácil.
Mas muitos dias, ao menos, faz mais sentdo.