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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Sex | 20.10.23

Pequenas vitórias

Treinar 3x na semana.

Ir a um museu e aceitar um convite inesperado de uma amiga.

Equacionar fazer algo em grupo - uma situação traumatizante, mesmo.

 

E porquê que isto são pequenas vitórias?

Porque a energia é quase nula destes lados, mas é assimque percebo que ainda cá estou e ainda respiro.

 

Mesmo que depois (sobre)viva à base de sestas.

Qua | 18.10.23

E novidades?

A minha primeira reação é dizer: "não há".

(Tal como a resposta "está tudo bem", é automática)

Novidades... 

Aprendi a viver com a ainda mais medicação - e a não ter vergonha dela, e a agradecer o quanto me ajuda, no dia-a-dia.

Regressei ao ginásio especificamente para trabalhar mobilidade e motricidade e, ao fim de 4 meses de trabalho, sem esperar, tive a prova de que o trabalho está a ter frutos.

Sofri muito profissionalmente, mas não deixei de lutar, e aprendi a não suportar os "fretes", mas sim a vê-los como algo que paga as contas - numa fase tão difícil, mundialmente.

 

Vivi dias tristes, felizes. Desiludi-me.

E tive maravilhosas surpresas, em forma de pessoas, de lugares e de momentos.

 

Fiz a 6ª e a 7ª tatuagens. Tenho os meus patudos e a minha irmã na pele, com todo o orgulho do mundo.

Tenho amig@s do c@r@lh0. Com as melhores piadas, a melhor comida, o melhor vinho e o carinho, o carinho enorme que o dão quando o meu está cá e parece não sair cá para fora.

 

Viajei. Mais do que esperava.

Em cada viagem "vi" a minha irmã, em cada Céu belo; e vivi-me a mim.

Em museus, em barcos, em caminhadas, em restaurantes atolados e tão simplesmente em ruas, com mapas, sozinha e acompanhada.

 

Tenho o GRANDE marido com que muit@s sonham - não maridão, não perdeste o lugar.

Mas, mais do que tudo, tenho um companheirão, um ombro, um peito, um porto seguro.

Uma pessoa que conversa, que fala, que ouve, que responde, que avança, que pergunta, partilha, aceita, vive - e eu tenho a sorte de poder partilhar isso tudo com esta pessoa fantástica.

Um HOMEM! Com todas as letras grandes.

 

Vivo uma dinâmica familiar diferente, que foge do que sempre pensei que tinha construído...

Doí e prá xuxu.

Tenho dias em que paro e penso: "como raio me esforcei tanto pela minha família, e estou *aqui*"?

Mas aí? Aprendi que eu sou a minha casa, a minha família, e tudo o resto cresce e é nutrido a partir de mim.

 

O Snape, o Freddie e o Kiwi estão finos.

As obras à "Querido" continuam cá em casa, volta e meia, sempre #pelintra4ever.

Eu, o meu carro, o meu rádio e a estrada continuam a ser um mundo que adoro.

E boa comida e boa bebida não faltam - sem exageros.

 

E desse lado, há novidades?

Seg | 16.10.23

Entro.

Entro, poderia dizer a medo, mas essa parte mudou - em mim.

 

O medo já não vive na cabeça, no overthinking, como "antes", o medo são as "pequenas coisas": as crises de ansiedade, os ataques de pânico, a ideação.

Ele existe, mas já não é imaginado.

 

Entro, nesta minha casa, a pedido, repetido de alguns.

Esses alguns que me ampararam, aturaram, aceitaram e apoiam, mesmo eu sendo uma pessoa diferente depois de um burn-out, uma depressão nervosa, medicação psiquiátrica e um processo de luto que vai durar a vida toda.

Esta é a minha casa de 13, 14 anos? Não sei, perdi a conta.

Mas hoje sei: aqui posso tirar os sapatos, desapertar o soutien. Pegar no meu copo de vinho, olhar para o teto, para as paredes, para o antes, para o depois (que de sonhador tem pouco).

E não, não o digo tristemente. Digo-o com a noção que olho para o Futuro com olhos de fazer.

Quero viajar? Vou.

Quero ir a um concerto? Vou.

Quero ir ao ginásio? Vou.

Quero dar-me a mim ao invés do que/quem a sociedade espera? Força.

 

Perceber que o mundo prometido não é garantido; perceber que a meritocracia é uma falácia tem isso de bom. Faz-nos agir.

 

Sab | 14.10.23

Perdi-me

Mas encontrei as chaves desta casa

Perdi-me, pelo caminho.

Encontrei-me, num caminho que me metia medo.

Estive no fundo do poço, por debaixo da lama. E aí, fugi.

De quem me deixou fugir. Aceitando os abraços de quem me mostrou que Amar é amar humanos, nos seus altos e baixos. Na sua imperfeição única.

 

Perdi-me de quem era. Deixei de encaixar na minha carapaça.

Nao acho que tenha resultado uma borboleta de tudo isto... mas encontrei-me com quem sou.

 

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