The one that got away
Quando o assunto é paixonetas, sou uma nostálgica.
Demoro a arrumar o que não aconteceu (por bem) na sua caixinha e a deixar ir. - Mesmo estando casada, feliz e muito satisfeita com quem me "calhou na rifa". - vai-se a ver e sou uma romântica!
Se a paixoneta chegou a paixão... ui! Caraças... sofria, sofria, analisava, analisava.
Faz agora uns 20 anos conheci a pessoa mais parecida com o m-R (em termos de Homem, completo) mas na altura tinha 18 anos, não percebia nada de relações e, graças à minha deficiência morria de vergonha de pensar em relações e não me achava digna de nada desse género.
Sei-o, por várias pessoas, que ele foi vivendo os 4 anos que partilhámos na faculdade apaixonado ou interessado em mim.
Eu só tive coragem para admitir que o via dessa forma mais para o final.
E vivemos meses e situações bem fofas, bem dignas de rom-com. Tivemos momentos em que ele me fez sentir uma princesa, em que falamos num futuro... Mas, no dia em que ele tentou dar "o passo", eu fugi.
E quando eu "dei o passo", ele recusou - por estar magoado comigo - disseram-me um dia.
Vai daí, na minha nostalgia, sempre fui pensando, ao longo destes anos todos: "the one that got away".
Ontem... ontem, cruzei-me com o perfil dele numa rede social - naquela parte do "talvez conheças pessoa X".
Primeiro sorri, depois pensei "espero que estejas bem na tua vida e na tua saúde" e depois ri-me.
Ri-me a pensar o quão o m-R é ainda tão mais do que o imaginado, o possivelmente sonhado - ri-me a pensar que esperar pelo dia em que me cruzei com o m-R valeu os altos e baixos até então.
K. - espero do fundo do coração que estejas a viver a vida que a pessoa carinhosa e pura que me eras merece.
Que a tua capacidade de ver mais, de sorrir sempre, de ter uma palavra cavalheira, de passar pelos dias com uma postura e diplomacia incríveis - para a idade que tínhamos; continue em ti.
Obrigada por, mesmo nos termos desencontrado, me teres feito sentir com valor, como menina-Mulher.