Entro.
Entro, poderia dizer a medo, mas essa parte mudou - em mim.
O medo já não vive na cabeça, no overthinking, como "antes", o medo são as "pequenas coisas": as crises de ansiedade, os ataques de pânico, a ideação.
Ele existe, mas já não é imaginado.
Entro, nesta minha casa, a pedido, repetido de alguns.
Esses alguns que me ampararam, aturaram, aceitaram e apoiam, mesmo eu sendo uma pessoa diferente depois de um burn-out, uma depressão nervosa, medicação psiquiátrica e um processo de luto que vai durar a vida toda.
Esta é a minha casa de 13, 14 anos? Não sei, perdi a conta.
Mas hoje sei: aqui posso tirar os sapatos, desapertar o soutien. Pegar no meu copo de vinho, olhar para o teto, para as paredes, para o antes, para o depois (que de sonhador tem pouco).
E não, não o digo tristemente. Digo-o com a noção que olho para o Futuro com olhos de fazer.
Quero viajar? Vou.
Quero ir a um concerto? Vou.
Quero ir ao ginásio? Vou.
Quero dar-me a mim ao invés do que/quem a sociedade espera? Força.
Perceber que o mundo prometido não é garantido; perceber que a meritocracia é uma falácia tem isso de bom. Faz-nos agir.