Vinhos para acompanhar sobremesas | Dicas da enófila
Agora que já fui viajando um pouco pelas minhas gastronomias favoritas, deixo-vos com um post de dicas para a parte favorita de muito boa gente: a sobremesa.
(Até porque, por exemplo, para se ser um bocadinho original, é um bom texto para tirar ideias para um vinho a oferecer da próxima vez que forem convidados para uma almoçarada com os amigos)
Há a ideia que a sobremesa "só" se acompanha com vinhos do Porto, ou com aqueles licores bem decadentes, grossinhos, caseiros, feitos pela avó.
Ou então podem até ser daqueles que fecham a refeição com a bebida que já estão a degustar, para não complicar.
Mas a verdade é que, tal como os outros pratos em que carne, peixe, queijos e especiarias "ganham" ao serem potenciados por certos tipos de vinho ou certas castas; também a sobremesa deve ser acarinhada.
- Tartes cremosas - Aqui sim, recorram à regra do "tradicional". Um licoroso, um vinho do Porto, um Madeira, ricos em tempo passado, em doçura, em espessura na boca. Tudo para "dançar" no palato, a enriquecer as texturas e trazer ainda mais ao de cima as notas de natas, baunilha, caramelo. Aqueles sabores bem decadentes para os quais nos guardamos no "grande almoço da semana";
- Sobremesas com frutos silvestres - Voltamos à regra do "cor com cor": pensem num bonito e fresco espumante rosé. Os aromas frutados, as leves bolhinhas e o ácido simpático na boca vão acordar a doçura dos frutos vermelhos e trazer vivacidade à textura dos morangos, framboesas e amoras;
- Chocolates - a melhor oportunidade para arriscar num tinto de colheita tardia. Sim, são mais caros e implicam visitar bem as prateleiras da adega, mas são mais ricos, mais densos e vão fazer furor, podendo ser servidos em doses menores. E podem por exemplo "jogar" com vinhos que tenham nas suas notas cacau e café. Toda a gente já percebeu que esse é um "par do Paraíso";
- Doces de ovos - Recomendo um bom vinho branco, fortalecido. Um que traga acidez, mas que tenha personalidade, que "corte" o doce esperado de sobremesas conventuais, não "agredindo" o que estamos a degustar: escolham brancos envelhecidos em madeira, com algum tempo de adega já, com notas de mel, de laranja e vão ver que todo um Pastel de Tentúgal ganha outra vida!
*post não patrocinado