Do ser funcional, no vazio
Ainda estou deste lado.
Embora em muitas horas me sinta anestesiada, vazia. E nem dou pelos dias passarem.
O meu aniversário já foi, tal como o do meu pai e o da minha mãe aproxima-se.
Dias estranhos, agridoces.
Como disse a uma amiga do coração, o luto pela minha irmã é o processo mais estranho que alguma vez vivi.
É como se o ficar sem ela tivesse acontecido ontem, há anos ou não tivesse acontecido de todo.
Vivo num universo à parte em que percebo perfeitamente o que aconteceu, porquê e consigo racionalizar muito do que se passa nesta fase, mas não consigo gerir o facto de nunca mais a ir ver. A abraçar ou dar-lhe a mão.
É nesses momentos que choro, ainda e sempre. Ao acordar, ao adormecer não consigo reconhecer-me num mundo sem ela.
Nos outros momentos, tento ser funcional, embora saiba que não voltarei a ser a mesma.
*** Nas próximas semanas este cantinho voltará a estar minimamente ativo, com textos sobre as férias de agosto, tudo textos que tinha já alinhavados nos rascunhos e que fui resgatar.
Lentamente, tento voltar às pequenas coisas que animam (animavam?) os meus dias, espero que percebam isso nas minhas palavras, com calma.