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Chegou a núvem e o negro.
Chegou a hora da libertação.
Chegou a saudade para sempre.
Morreu a minha irmã.
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Chegou a núvem e o negro.
Chegou a hora da libertação.
Chegou a saudade para sempre.
Morreu a minha irmã.
Confesso que este ano, mais do que por causa do "novo normal", mas muito porque estávamos pendentes de boas notícias sobre a minha irmã, não desenhámos grandes planos para as duas semanas de férias.
Os dias mais bonitos foram os em que o meu sobrinho-afilhado veio visitar-nos, o que me foi motivando a sair e viver os dias de sol.
Olhando para o lado positivo, permitiu-nos manter o distanciamento social e saborear ainda melhor os dias em que saímos de casa, com todos os cuidados.
Como habitualmente, o meu sobrinho-afilhado passou uma semana connosco e aproveitamos para visitar restaurantes/gastronomias que ele não conhecia, ou zonas de Lisboa e arredores (foi muito bom matar saudades de Porto de Mós e fazer um piquenique na Serra de Montejunto) a horas mais calmas e com toda a segurança, pois nenhum local estava cheio de gente.
Apresentamos-lhe ainda jogos de tabuleiro e trabalhámos em pequenas melhorias da casa, que ele adorou fazer, porque se sentiu útil. (o meu menino é um anjo!)
Hoje partilho convosco os trapinhos "novos" que estreei em cada saída - se eu já era de guardar a roupa para "dias especiais", nestas férias pus isso mesmo em prática:
(o "novo normal" é do caraças!)
O vestidinho não tem forro, mas também não é transparente, não encorrilha e é do comprimento perfeito para as meninas não passarem vergonhas. Agora em saldo conseguem comprá-lo por €8!
E esta blusa toda verão, que comprei a pensar nos meus jeans rasgados e está a €5. Fez pandant com as cores do Parque das Nações, que o meu sobrinho-afilhado não conhecia e adorou, especialmente a praça das bandeiras.
É muito confortável, está super in com os botões e foi-me elogiada tanto pela minha mãe, como pela minha sogra, ou seja, agrada mesmo a gregos e a troianos!
E claro podem sempre aplicar o meu código de desconto online a estes preços pelintras: 3Qsabel15 (15% extra de desconto em tudo), código válido até 30 de setembro! Como habitualmente, seguindo por este link: https://eur.shein.com)
*post não patrocinado, mas com código de afiliada
Ora, primeiro que tudo: obrigada, do fundo do coração por todo o apoio, carinho e boas energias nesta última semana - mesmo que eu já não tenha muito disso em mim.
Sou-vos grata, muito.
Continuamos sem boas notícias, sem evolução positiva, sem grandes melhorias.
Vai daí, vou tentar "nascer outra vez", malabarismo que tenho feito muito, no último ano, mas não vos tenho mostrado.
Percebem agora porque me virei para conteúdos sobre comidas, vinhos e experiências pessoais? Estes são os meus coping mechanisms para a montanha-russa em que se transformou a minha vida...
Tentarei então regressar a este cantinho de partilha e de (pouca) sanidade, para vos contar sobre as férias muito caseiras deste ano: os livros que li, os vinhos que experimentei, os restaurantes que visitei, as minhas rotinas de beleza e os trapinhos novos que vesti nas 3 ou 4 vezes em que saí de casa.
Haja futilidade para tapar o vazio do coração, right?
Mais de um ano depois regresso ao tema da luta e saúde da minha irmã, num dos posts mais difíceis de escrever.
Conforme partilhei há um ano, a luta da minha irmã, pós-transplante deixou de ser um tema no blogue a pedido da minha mãe e para preservar os meus sobrinhos, ambos menores. Mas a nossa vida voltou a dar uma má volta e, depois de muito pensar, decidi atualizar-vos, especialmente aos que ainda perguntam e anseiam por um "final feliz", como nos filmes.
O último ano não foi fácil. A minha irmã ultrapassou com sucesso o "fazer" o transplante, mas ninguém a preparou ou a nós para o "depois": mais do que uma vida de medicação, uma vida a começar do zero em termos de imunidade e saúde, que nunca mais nos puderam garantir.
E no caso dela, correu mal.
Em maio de 2019 teve um abcesso cerebral que a deixou em coma e com um prognóstico muito reservado. Lutou e regressou mas com muitas, muitas sequelas. Enquanto família, e principalmente os meus pais, que são os maiores heróis do mundo, entregamo-nos a ela, a encontrar formas de lhe devolver qualidade de vida (medicação, exames, fisioterapia, terapia respiratória, tudo, tudo o que os meus pais oiçam falar e possam imaginar, eles encontram e fazem com ela).
Uns meses depois, nova chapada da realidade: um novo abcesso no cérebro, apesar de todos os cuidados e medicações.
Em dezembro: uma infeção pulmonar que a deixou ligada a oxigénio a partir daí, 24 horas por dia.
Aí percebemos que o "futuro está contado", mas por ela, tudo e continuamos a lutar por qualidade de vida e pelo bem-estar dela.
Mas nada parecia resultar. A cada visita ao Porto (para onde "corri" logo após o levantamento das restrições da pandemia) a via mais cansada, mas aflita por respirar, mas a cumprir tudo o que foi indicado pelos médicos.
Até há 3 semanas.
Há 3 semanas um exame de rotina para perceber porque a infeção pulmonar não passava resultou em tê-la nos cuidados intensivos.
É lá, no IPO, a 300 kms, que ela está. Ventilada e com tudo mais que uns pulmões e coração enfraquecidos pedem.
É lá que o meu coração e o dos meus pais e o dos meus sobrinhos está e bate, todos os dias.
Os médicos não nos dão respostas, quanto mais esperanças. E nós, família, vivemos entre o acreditar que ela luta muito e regressa sempre, e a noção que este ano foi muito pesado para o corpo dela.
Escrevo este texto porque tenho vivido com esta dor e os muitos medos nestes dias todos. Cheia de receio de materializar o que se passa, cheia de medo do telefone e do amanhã.
Escrevo de lágrimas nos olhos.
Mas escrevo porque acredito que assim não choro sozinha, tanto nos dias de pouca esperança, como nos dias negros.