Foi-me diagnosticada Adenomiose. O que é isso?...
Demorei a escrever este post.
Primeiro, porque fugi da médica, com medo do diagnóstico.
Segundo, porque os efeitos secundários me deixaram em baixo e demorei meses a aceitá-los, psicologicamente.
Terceiro, porque só comecei os tratamentos há cerca de 4 meses e quis perceber se o meu corpo sentia diferença, para poder falar no assunto - especialmente para quem está desse lado, e se sente um pouco perdida, como eu me senti durante mais de 1 ano.
O que é Adenomiose?
Quais são os sintomas e alterações associadas?
Os sintomas da adenomiose incluem menstruações dolorosas (dismenorreia) e com fluxo intenso, dor indefinida na área pélvica e uma sensação de pressão sobre a bexiga e o reto. Alterações hormonais que causam problemas intestinais e/ou crises de acne permanente, especialmente na zona do queixo e pescoço.
Consequências e o porquê de ter "fugido" do diagnóstico?
Ora, após um 2018 e 2019 de dores terríveis, alterações na pele e medo pelo histórico familiar de cancro e HPV na família... fiz o que não se deve: fui pesquisar no Google. Todos os sites falavam sim na "prima" da Adenomiose, a Endometriose, uma doença com sintomas similares mas "mais destrutiva para o útero" (palavras da minha ginecologista).
Sendo que eu já passei por várias fases na ideia de ter (ou não) filhos, mas estou com 34 anos, fiquei um pouco mais em pânico. Porquê? Porque outra das sequelas destas duas doenças é a possível infertilidade. Algo que também tem historial genético, na minha família.
Então sim, fugi da médica até fevereiro passado (mesmo estando em particular sofrimento desde setembro de 2018), e apenas me senti mais à vontade visitando a minha "antiga" ginecologista, no Porto (que seguiu a minha mãe e a minha irmã).
O diagnóstico foi feito via ecografia e papa-nicolau e, apesar de notar que a médica ficou com ar de "relógio biológico a apitar", tentou manter-se calma e positiva e apresentou-me tratamentos e formas de tentar aumentar a qualidade de vida sem passar uma semana de cama, com desmaios e dores e desarranjos e dependente de comprimidos, por mês.
É verdade que esta doença será permanente ("desaparece" com a menopausa) e acrescenta um peso a decisões familiares, mas, segundo a médica, tenho um útero saudável e "limpo" (ao contrário do que aconteceria se fosse Endometriose), sendo que, no meu caso o pior é mesmo a qualidade de vida e a menor possibilidade de ter filhos, devido às diferentes espessuras do útero (algo muito importante para o embrião).
(Note-se que eu, "enganada" pelo Google, já temia ter que ter de recorrer a cirurgias, extrações e coisas que tal - "crianças", não façam isto em casa!)
2020 será um ano de tratamento hormonal e de nada de pensar em ter filhos. O importante deste ano é voltar a ter qualidade de vida (ou tentar), perder os medos que me andavam a assombrar, e perceber melhor o corpo (que andava todo desregulado por causa das hormonas) e cuidar dele, para me sentir melhor, comigo mesma.
Comecei tratamentos também para a pele (de que vou falar em próximos posts), acrescentei uns medicamentos analgésicos e relaxantes à minha rotina mensal e posso confirmar que têm resultado: a pele "limpou" e as dores mensais diminuíram de um 9/10 (antes) para um 4/10 (agora, com as ajudas todas).
Este é um post um pouco diferente, e que pode não ser de interesse para todos, mas pareceu-me relevante de tratar, já que eu, por exemplo, recorri à internet, para saber mais.
Espero poder ajudar alguém, e, caso tenham dúvidas, estou disponível à distância de um e-mail.