Ser mais em mim
Acabei de ler este texto da Cláudia. Como sempre, adorei, ao ponto de sorrir, como se estivesse a ouvir a "minha amiga", sentadas no sofá, com uma caneca de chá - mal se lembra ela que já nos lemos há oito anos e muitos comentários e e-mails trocamos, "em vidas idas"...
Li-a e quase acreditei que também consigo.
Desde o Verão que estou a pensar voltar a estudar. Uma pós-graduação, um curso prático, virado para o mercado de trabalho, já que cada vez menos me vejo a tirar um doutoramento. Em setembro até fiz pesquisa e contactos, mas os preços estão proibitivos para quem comprou um carro, e "chimpou" documentação e seguros e tudituditudi. Isso e a viagem a Berlim (que não está esquecido o post, estou só a reunir inspiração. Nesta fase ainda tenho demasiadas saudades...).
Sinto-me parada no tempo, com falta de formação.
Eu que sempre prezei por estar um passo à frente, nestes últimos 7 anos.
E a parte do texto sobre as relações pessoais?
Não imaginam as saudades que eu tenho de me cruzar com pessoas como as que a Cláudia descreve. Saudades de conversas com fundamento, com pessoas lá dentro, conversas que enriquecem, ao invés de drenar.
E sim, também cortei e também me afasto da toxicidade, depois de ter aberto os olhos e ter percebido o mal mascarado de amor. Mas ainda não consigo fazer ponto final, parágrafo. Cortei. Tenho dias que não penso nisso. Mas nos dias em que penso, ainda doí.
Continuo a ter muitos momentos em que me apetece revirar o meu guarda-vestidos e a minha cómoda da maquilhagem e deitar muuuuuita coisa fora. Doar a quem não tem ou a quem precisa.
Mas o mundo tem-me tão estafada, que os meus dias livres ou ficam tomados (e tenho feito um esforço por sair mais - sem gastar - e fazer parte de mais eventos, para me sentir mais parte de "algo") ou desaparecem entre tarefas da casa e sestas.
Li o teu texto e fiquei na tua última pergunta. A pensar que este ano dei alguns passos, sim. E deixei de me prender em questões e hábitos. E que tenho feito por viver mais. E que estou a voltar a sentir estímulos para avançar.
E quero mais de mim, quero ser mais.
Por este bocadinho, sentadas no sofá, com a nossa caneca de chá, obrigada Cláudia.