Cá dentro.
Cá dentro, não me sinto bem.
Tenho feito o que posso, e o que consigo, para não deixar este mal estar crescer. Porque não quero pesar as pessoas, não vos quero pesar.
Até porque já dei conta que há quem se tenha afastado de visitar ou interagir.
E "vesti-me" de Primavera, e vou aproveitando certos temas, e conteúdos que me enviam, para não me "despir" tanto aqui.
Mas a verdade é que não estou bem.
Não sei se é da mudança de estação. Até porque de resto, nada de mais se alterou, à minha volta. Está tudo em velocidade de cruzeiro, como eu (tão bem?) pedi no início deste ano.
Mas eu não me sinto bem. Sinto-me triste, cansada, desanimada, em pequena revolta e ebulição, por dentro.
Tenho tido péssimos pensamentos, pensamentos negros, perigosos.
Que escondo, que abafo. Que camuflo, a ver se ninguém dá conta.
Apercebo-me que segui um caminho, "fiz e aconteci" e sinto-me vazia, perdida, a viver "porque tem que ser". No extremo, tenho momentos de sentir que muito do que vivo é quase uma mentira. Que me faço de planos que não vou realizar. Tremo de pensar que "vou ser descoberta". A cada plano que vejo realizado em outras pessoas, menos acredito que atinja os meus.
Respiro fundo, suspiro e sinto-me presa. Obrigada a.
E obrigo-me a funcionar.
As frases feitas, os pensamentos chavão já não fazem clique. Não há "nada" que me salve. Cada vez acredito menos que algo vá fazer plim! em mim. Não sei o que raio me vai salvar. Mas cada vez acredito menos que eu me vá conseguir salvar.
Penso pensamentos negros. Assusto-me ao ver onde cheguei. Mas ouço-os ressoar cá dentro. E tenho medo.
Eu, ganhei ainda mais medos. E mudar custa-me. Mudar é difícil. Mudar assusta-me.
Não estou bem. E tenho vergonha e sinto as barreiras levantarem-se, quando me apercebo do quão fundo este mal estar vai. Do que implica e "no que toca".
É Primavera lá fora. E eu só penso em hibernar. Em fechar-me na minha casa, debaixo do meu teto e deixar a vida passar.
Não estou bem e não consigo encontrar outra causa que não seja eu mesma.
E abano os ombros para não ter que lidar com isso.
Não fosse isto o meu blogue e pediria desculpa pelo desabafo.
Mas, neste momento, é o único local onde tenho coragem de escrever alguma coisa, sobre mim, sequer.