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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qua | 29.03.17

Retirem-me o "título".

Ontem o Spotify trouxe-me, a pensar que me ia matar as saudades de "Casa", o Porto Sentido, de Rui Veloso.

E eu, ao contrário do que faria nos idos de 2009, sorri.

Eu, Portuense, com "letra grande", orgulhosa das minhas raízes, de gema, de alma e de coração; que até simpatiza com o Rui (mas que já não lhe liga tanto como antes)... eu, m-M Maria, nascida em Miragaia, não posso com esta música.

 

Convenhamos, mesmo quando estava no Porto e sonhava de lá sair (eu e os meus sonhos!), sempre achei esta música overated. Que não nos representa a todos, que ser Porto, sentir Porto é tão mais. É sangue, é sotaque, é sítios, é família. É "menina" seja com que idade for. É comida com sabor.

Não são meia-dúzia de palavras giras numa melodia delico-doce.

Pior ficaram, para mim, quando, em 2009, o meu ex-loiro, alto e dinamarquês, Lisboeta, achou que dedicar-me a canção, cantada num karaoke a 300 kms, já com um copo a mais, no bucho, é que era romântico.  Ei lá, "A comichão" que me passou a fazer! 

 

Bem, ao menos, já sorrio à música, mesmo achando que não me representa, nem me faz "sentir nada".

Retirem-me o "título", vai-se a ver e estou a perder o Portuense-anismo. 

Qua | 29.03.17

Um ano depois, mais ou menos "no mesmo sítio"...

Há um ano atrás este blogue esteve em pausa, quando cheguei a uma altura em que já não estava a conseguir lidar com o bullying laboral; quando então decidi "desaparecer" para não pesar a quem me lê/lia...

 

Nessa altura fiquei sozinha na equipa onde trabalhava. Dos 18 que chegamos a ser, ficamos 3, contando comigo, que a 22 de março tinha sido informada que tinha sido dispensada e sairia em maio seguinte.

Perdi a companhia dos almoços, a companhia dos regressos para casa. Não tinha com quem falar, andava lá, feita fantasma.

Quem ganhou com isso? A saúde e a carteira. Porquê? Porque deixei de fumar.

Sou uma fumadora social e uma fumadora nervosa. Fumo, maioritariamente, quando tenho companhia e/ou estou nervosa.

 

Neste último ano consegui estar 2 meses sem fumar. Consegui reduzir para 1 a 2 cigarros por dia. Consegui passar para cigarros fraquinhos e mentolados. Sem pressões, simplesmente porque é a diminuir que me sinto melhor. Porque os dias em que fumo como chaminé são cada vez mais raros e sabem-me bem assim, raros!

 

Entretanto, nas últimas semanas, chegamos a "um dia" em que o maço acabou. E não apeteceu a ninguém ir comprar. E depois estava a chover. E depois estava frio... E assim se passaram duas semanas, sem reparar.

Há duas semanas que não fumo. Há duas semanas que não gasto dinheiro em tabaco. O mais engraçado? Não "fiz por isso", não é nenhuma meta ou decisão inabalável ou fundamentalista.

Conhecendo-me, na próxima visita ao Porto, nas férias no fim de abril (se não antes), lá me irei munir eu de um maço, para me auxiliar no lidar com os nervos.

Ao fim e ao cabo, estou a escrever este texto, por me ter apercebido do quão cíclica eu sou e a vida pode ser.