IRS, IRS mon amour!
Conforme falei ontem, estou a deitar IRS pelas orelhas.
Maaaas, vamos ter um momento always look on the bright side of life? :turu turu turu turu:
Uma pessoa, marketer ou não, não tem tooooooodas as ideias do mundo, não consegue inventar a roda todos os dias e não tem sempre a inspiração nos píncaros. Bem, pelo menos euzinha não tenho.
Resultado: li que li textos, pesquisei que pesquisei notas à imprensa e andei a ver banners de outras entidades para dar bitaites ao dézainer, mesmo quando parece que ele vai rosnar à próxima pessoa a abrir a boca.
E, confesso aqui, que ninguém nos ouve...: nope! Não vou consignar os meus 0,5% ao local onde trabalho.
Porquê? Porque desde que desconto que dou o meu dinheirinho sempre à mesma instituição: à Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral. (NIPC: 507 528 310)
Graças ao trabalho deles tive apoio e acompanhamento desde os 3 anos até aos 21. Tive fisioterapia e aulas de natação, e colónias de férias, e caminhadas, e avaliações psicológicas (muito necessárias para quem queira andar no ensino regular e não levar um rótulo-zinho que se lixa). Tudo em valores apoiados pelo Estado, e logo, suportáveis pela minha família.
Consigno o meu dinheiro pela relação emocional, admito.
Nunca pesquisei sobre o assunto. Porque já fui o assunto.
Mas, nestes dias, cruzei-me com os dados.
Somos 200 mil apoiados pela FAPPC (seremos muitos mais, mas nem todos conseguimos lá chegar...), em todo o país.
Temos um Dia Nacional (engraçado, que deste ninguém fala...): 20 de outubro.
De repente, sorri aos números. senti que, para além do rótulo, do (pouco) que se espera, somos muitos, temos quem se preocupe e quem lute por nos dar um futuro melhor.
Eu sei que o tenho.
E se há coisa que tantas semanas de trabalho me relembrou, foi que, caraças! Estes 0,5% não saem dos nossos bolsos, parecem uma ninharia, mas fazem tanta diferença, a quem deles precisa.
Se antes os meus motivos eram emocionais, agora, com números e factos, o maior motivo é o orgulho.
E vocês? Já decidiram a quem vão atribuir os 0,5% do vosso IRS, este ano?