Das pessoas tóxicas
Muito se fala de "pessoas tóxicas" na Internet. Há por aí autênticos tratados, textos inspiradores, com fundo de verdade e muito sentimento.
E a verdade é que, tendo em conta a vida em sociedade, elas existem.
Faz por estes dias um ano que cortei com uma pessoa (e "suas" indiretas) que, percebi, na altura, e confirmo agora: era do mais tóxico que me rodeava.
Fez parte da minha vida uns 4 anos (nem parece assim tanto, né?) e a verdade é que, devagar, devagarinho, ia deixando certezas em pantanas, calma em ansiedade, amizade em obrigação.
Mascarou interesse com diversão, a ver se escapava.
Graças ao Universo, não escapou. Acabou a mostrar as "cores", tirei-lhe a pinta e "chutei para canto".
Depois de noites sem dormir, preocupada, sempre pronta a estender a mão. Sempre pronta a dar-lhe primazia em detrimento de outros. Sempre pronta a incluir nos meus dias importantes; vi-me no meio de um drama, uma confusão, um plot de uma novela mexicana. Interpretada por supostos adultos de 20 e muitos anos...
Saí.
E a verdade é que o drama à minha volta diminuiu e muito.
Já me oiço, já não estranho passar tempo sozinha (ou comigo!), já não sinto falta do barulho, das vozes, dos olhares e das expectativas.
Dei passos muito MUITO importantes na minha vida. Fui ao poço e voltei. Levantei-me, ora estou de pé, ora sentada. Faço as minhas escolhas, sem paternalização, sem sentir que tenho que estar a salvar alguém. E guess what? Essa amizade era tão importante, mas tanto que... nunca mais vi ou ouvi dessa pessoa (e quando digo "nuca", desde esses dia, acreditem-me, é verdade, não é exagero.).
E, por muito fria que possa parecer, há meses que não me lembrava dela. Meses largos. Foi como se tivesse saído um manto de neblina. Não faz falta e "vê-se melhor".
A ironia está no quando me lembrei desta "efeméride pessoal": ao ler um texto sobre as inseguranças pessoais.
Ou seja, ao ler sobre a maldade por medo, lembrei-me, recordei-me que já não vivo assim.
E ainda bem!