Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Se há algo que gosto de fazer e que não vejo como tarefa doméstica é: cozinhar!
Adoro preparar pratos, petiscos, doces, seja o que for, para mais do que alimentar, fazer quem está comigo feliz.
Ao longo dos anos tive que ir adaptando muita da minha alimentação às minhas intolerâncias e alergias. E entretanto ao flexitarianismo e à re-educação alimentar.
E sabem que mais? Vejo-o como uma motivação, um desafio!
Resulta em... 5 minutos aproveitar comida que a mãe/sogrinha enviam lá para casa, mas que lhe falta o plim! para nos fazer "felizes à mesa" - e sim, ser feliz à mesa (e sobre a mesa, e ao lado da mesa e etc. etc. cof cof) é MUITO importante lá em casa!
Ou adaptar receitas para ser vegetarianas. Ou descobrir receitas vegan. Ou fazer adaptações de receitas para que não tenham alimentos proibidos, lá em casa... como ovos, tomate ou enlatados...
Por exemplo, ainda este fim-de-semana, para o brunch de aniversário, desencantei na net uma receita de panquecas caseiras, simples, sem "super-alimentos" ou "mariquices", mas sem OVOS. Em 15 minutos tinha 6 enooooooormes panquecas que ficaram altinhas, fofinhas e perfeitas com fruta e polvilhadas com açúcar baunilhado!
Querem a receita?
(aqui já íamos a meio da comezaina - e sim, aquela é a minha coxa no meu pijama super sexy!)
1 chávena de farinha de trigo
2 colheres de sobremesa de açúcar amarelo
1/2 colher de chá de canela
2 colheres de sobremesa de fermento
1/2 chávena de leite (eu usei magro)
1 colher de sobremesa de água
2 colheres de sobremesa de óleo vegetal
2 colheres de margarina derretida - que pode ser diretamente derretida na frigideira onde vão fazer as panquecas e já servirá como "anti-aderente"
Juntem e batam os ingredientes secos. A estes juntem os ingredientes líquidos, deem 5 pulsares na máquina batedeira - eu uso um liquidificador, até verem que a bata fez bolhinhas.
Depois é só fazerem as panquecas na frigideira, em lume médio-alto. E viram a panqueca quando esta começa a fazer bolhinhas de cozedura. Et voilá, em 15 minutos têm uma stack de fazer inveja, sem grandes trabalhos ou sujeira.
Esta quantidade dá para 6 panquecas grandes. Ficam altas, e fofas e o sabor é bastante suave, para que as possam comer com acompanhamento doce ou salgado.
As 6, empilhadinhas foram o "bolo de aniversário" perfeito para o m-R, que acordou com os parabéns, na cama e foram "o prato" que o deixou mais surpreendido, até porque panquecas (por eu achar que dão uma trabalheira do caraças!) não eram habituais lá em casa...
Mas algo me diz que vão passar a "aparecer" mais vezes!
Com esta capacidade de inventar e de me desenrascar, eu devia era participar no MasterChef - e vai na volta, conhecia o Manel Luís Goucha - que o Paula já eu conheço, pessoal e profissionalmente, e não lhe acho piadinha nenhuma!
Diz que esta frase é batida. Eu vou ser completamente sincera: nem me lembro quem a disse e não vou dar uma de intelectual "sabe-tudo" - não fui ao Google pesquisar
A verdade é que, este fim-de-semana tive a prova de que, para mim, este ditado tem o seu quê de fundamento.
Prendinhas trocadas às 3 da matina, quando ele chegou do concerto - que eu era 1.15h já estava em casa - 'tou beilha, é o que é!
Sábado fiz tudo o que me lembrei para garantir um dia muito feliz ao m-R.
Almoço com os Sogros, as meias irmãs e a madrasta no Maria Azeitona - que desiludiu um bocadinho (em comparação à review que está no link - mas que continua bom...
Um passeio à Peninha.
E jantar no Ribs & Company, um local novo, com boas recomendações de conhecidos e que vai merecer review!
Mas voltando ao "ponto da questão".
Quase 8 anos depois, voltei à Peninha. O santuário da Peninha foi "o local" do meu 1º namoro.
O ex-alto-loiro-e-dinamarquês adorava o local. Levou-me lá a ver a imponência, a luz, o Sol, a sentir as energias... a ter momentos de introspeção e conversas filosóficas, que à época, foram profundas, me pareceram que funcionavam como bonding mas que, pensando bem, foram sempre um bocadinho difíceis.
No mistério do meu 1º grande amor, tudo me parecia único, lindo, romântico. "Posto lá para mim". Cada visita era mágica. A memória que eu tinha, num conjunto de mente e coração a desenhar "a tela" era que a Peninha era perto (20 minutos de carro, dizia-me o meu GPS interior) e que tudo lá era "em grande".
Sábado, depois do almoço, e de ainda passar por casa para estender uma máquina de roupa - que o Sol é bom mas é para secar roupa! - arrancamos para Sintra. 45 minutos de carro (o amor de quem tem 23 anos é tão lindo que afinal aturava aquele ex quase uma hora e nem dava por isso! ), caminhos de "cabras", o carro todo sujo de lama... mas chegamos lá!
Um pequeno conjunto de rochas, o santuário muito melhor tratado e preservado do que eu tinha memória, mas tudo fechado... uma caminhada em altura. Mas tudo "pequeno". Tudo normal. tudo bonito, mas nada atrás de muitos outros sítios que visitei com o m-R, ao longo dos "nossos anos".
Não me interpretem mal. A Peninha continua linda, recebeu-nos com um pôr-do-sol lindo, qual presente de aniversário da Natureza para o meu m-R. Lá tiramos uma das fotos mais fofas que temos, em tanto tempo de namoro. O m-R estava encantado com a vista. Sorriu muito, tanto que me deu gosto de ainda conseguir dar com o sítio, só para o ver assim! Até o frio e o vento foram facilmente suportáveis!
Mas eu, por dentro, "cá dentro" fiquei surpresa. Afinal, é tudo tão "normal", tão pequeno. Tão "habitual". Belo, de uma comunhão com a Natureza que não se encontra todos os dias. Mas "normal". As pedras já não são tão grandes, a Natureza já não me sussurra mensagens só por eu lá ter estado, os muros estão mais gastos...
A minha realização este fim-de-semana foi mesmo, "nunca voltes a onde foste feliz".
Porque descobri que cresci. Que, pelo caminho perdi os "óculos cor-de-rosa" que me tentaram por (para "esconder outras coisas). E que agora vejo com os meus olhos.
Que sou tão mais mulher que já não são os encantamentos de uma paixão ou de uma pessoa, que me dizem se o local é mágico. Sou eu que lhe encontro magia. Daí tudo ter voltado ao seu tamanho "normal".
Porque a magia esteve nas gargalhadas para lá chegar, nos sustos com a lama, no pôr-do-sol. No sorriso de fazer o meu companheiro feliz. Na caminhada por entre rochas, feita de mão dada , para não cair.
Nunca voltes a onde foste feliz. Porque a felicidade é bela e quentinha, mas mutante. E vai-se a ver, muda e cresce contigo. Trocando uns pózinhos de prelim pim pim por outros e a magia pela capacidade de ver, com olhos de sentir.