Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Sou uma daquelas leitoras da SapoMag que lá chega 99% das vezes, através das propostas de relacionados, que a Sapo coloca logo abaixo dos meus posts. E é assim que me vou mantendo "informada quanto ao mundo dos famosos", que faço flashbacks, que me rio das "patacoadas" e que até vou vendo como as notícias sobre xpto pessoa vão evoluíndo.
Numa das minhas passagens por aqui, tinha esta notícia à minha espera.
Já é de há 5 dias, mas no meio de todos os artigos e recapitulações e tudituditudi, tinha-me escapado.
Os meus olhos recairam sobre este parágrafo. E o meu coração ficou apertadinho e triste, quase como se a notícia fosse nova:
Atualmente, estava a trabalhar num documentário sobre a carreira e que acompanharia a reedição do disco "Listen Without Prejudice Vol. 1". Segundo o Guardian, nele participariamStevie Wonder, Elton John e as modelos que protagonizaram o vídeo do tema "Freedom!".Mark Ronson, Mary J Blige, Tony Bennett, Liam Gallagher, James Corden e Ricky Gervais seriam alguns dos convidados.
O meu álbum favorito ia ser re-editado. Era essa a surpresa.
Caraças Jorginho Miguel, que não páras de me aumentar a saudade.
Um dos meus "trabalhos pessoais" com a terapia tem sido colocar-me mais em situações "sociais". Com quem eu quero, como eu quero - que o meu problema não era tanto o não ir, mas sim o ir, sem ter vontade ou não gostando propriamente dos sítios; o que me frustrava terrivelmente e me trazia um sentimento de misfit enorme.
Passei então quase ao extremo oposto: não sair de casa. Saía para trabalhar, e para todo o resto arranjava desculpa. Cheguei ao ponto (e queixei-me disso aqui no blogue, E fui mal interpretada...) de só sair com o m-R. E mesmo as nossas saídas estavam a ser afetadas. E entrei num ciclo de me sentir dependente do m-R, como se dependesse dele ou só o tivesse a ele. E sabe Deus, e alguns de vocês que me seguem há mais anos, que, como ex-vítima de violência no namoro, sentir-me dependente do meu companheiro é das coisas que mais me aterroriza.
Com a terapia tenho vindo a fazer um esforço trabalho de criar situações sociais. Sim, tento criá-las eu. Escolhendo com quem vou estar, onde, durante mais ou menos quanto tempo. Para não fugir, para não arranjar desculpas e para ser "eu" com as pessoas, e não uma máscara, ou uma personagem - com fazia em 80% das situações, antes.
Pode parecer estranho para muitos: mas então óh m-M, tu metias-te em "cenas sociais" só para parecer bem e tal? Pois que sim. Agradar aos outros, sentir-me parte de algo,participar em coisas importantes para o m-R (mesmo que não me dissessem nada...) sempre foi importante para mim. Por muito fútil e tonto que possa soar. Tem a ver com o ser aceite, com o tentar recuperar o "tempo perdido", já que tive uma adolescência muito controlada e auto-restritiva.
Agora, mesmo nervosa, cheguei ao ponto de o conseguir, de marcar encontros, cafés, com pessoas que queria/quero conhecer há muito tempo.
Isto tudo para dizer o quê?
Que, com as Festas, me perdi um bocadinho no calendário. E neste fim-de.semana de aniversário do m-R, me meti numa bonita!
jantar com uma amiga na 6ª;
estar à meia-noite de 6ª para sábado no concerto que o m-R vai dar, em Avalade (yupi! maluquinhos da banda! NOT!);
preparar o brunch especial de aniversário do m-R, no sábado de manhã;
irmos almoçar com os pais do m-R, as meias-irmãs e a madrasta, no sábado;
irmos dar um passeio a dois, no sábado;
jantar a dois, no sábado;
fazer uma petiscada com amigos, no domingo ao fim do dia;
Ora estamos a 4ª feira (à tarde), falta-me acabar o presente DIY para ele. Fazer as compras para o jantar de 6ª e para o brunch de sábado e para a petiscada de domingo...
Fora as tarefas habituais de dia-a-dia e de dona de casa.
Ao menos tenho coisas para contar à A., na consulta de sábado
Ontem, o Faicibuqui, na sua "sapiência" "ofereceu-me" esta imagem:
E os meus olhos brilharam. E o meu coração bateu mais forte. E automaticamente enviei-a à My Cristina.
Ironia das ironias, no final do dia, o m-R chegou a casa e disse-me:
Hoje vi uma coisa que guardei para te mostrar e à MC.
A mesma foto. Vestida por Elen Pompeo - a Mer. Que eu supostamente "represento" na minha relação com a MC.
É aí que percebo que a nossa amizade pode ter ficado pintada por personagens que ficaram datadas no tempo, que nós já ultrapassamos. Mas que seremos sempre "estas duas bonecas", uma da outra. E que o nosso Amor é compreendido por quem nos ama.
Dark and twisty. Dance it out. Ter um quarto na casa de cada uma. Ter uma casa, para a reforma. A minha MC sonhar em eu, a que está numa relação funcional, ter filhos, para ela amadrinhar. Tal como na série.
Não abrimos corpos, não nos sujamos de sangue. Não ganhamos prémios.
Mas deitamo-nos no chão a falar. Choramos e rimos, ao mesmo tempo. Somos conversa em silêncio ou quase aos gritos. Somos músicas parvas e comidas tontas. E álcool e tabaco. Tal como na série.
Essa parte somos e fazemos, ainda melhor. Qual Óscar que nos devem. Porque somos humanas, reais. Não somos "bonecas" saídas da mente da Shonda.
Doemos, celebramos, brilhamos, subimos ao céu e às profundezas dos "poços" e continuamos aqui. As duas!
Orgulhosamente vivas, mesmo quando "não nos apetecia".
É uma honra saber que "elas são mesmo, a mesma pessoa". É uma honra saber-me parte, externa, de alguém tão belo como a My Cristina.
E agora, bonito era descobrir onde raio há esta sweater.