Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Ou falta um mês para ir almoçar com a Sogrinha, a avó e a tia - e passar a tarde a cortar na casaca do Sogrinho
Quero acreditar que, pelo frete que vou fazer, o Pai Natal me vai perdoar a veia destiladora de beneno e me vai dar prendinhas na mesma! (esperemos...)
Eu sei que é apelativo, eu sei que há quem tenha estado a juntar as suas "moedinhas" para aproveitar este fim-de-semana (em algumas marcas, semana inteira) - sim, estou a falar de ti Just-inha!
Também sei pelas 343 mil newsletters que recebi numa semana (fora as 987 sms só hoje) que há marcas que verdadeiramente seguiram o espírito deste momento comercial - fazer descontos ou ofertas extra - de cabeça lembro-me da SheIn, da Primor, da Maquilalia...
Mas ontem, enquanto dávamos a voltinha "dos pobres" pelo Vasco da Gama e a G. se babava para cima de 80% das lojas e prometia que
se prepara cartão, que eu vou-lhi usar!
Eu fiz um pequeno exercício: peguei numa marca - da qual já fui muito fã, mas que agora só visito em últimos saldos, porque ficou "pesadona" - marca essa que começa por B e acaba em LANCO... e analisei os preços das newsletters.
Na Black Friday prometem-me descontos até 70%. UAU! Capaz de me parar e me fazer abrir o e-mail, à espera de peças com preços abaixo dos 2 dígitos...
Aqui é que está o engano.
Na análise que fiz, vi que a marca subiu os preços, numa média de 30%, na semana passada.
Assim, começando os descontos nos 30%, o preço permanece igual. Quando nos prometem 50% de desconto, o efetivo é de 20% e nas poucas peças a que "ofereceram" o selo de 70%... "estranhamente" nada desce para valores abaixo dos 2 dígitos.
Mais vos digo, ontem, já em plena loucura Black das lojas no Vasco da Gama, em 5 lojas que visitamos, conseguimos compreender que as peças sem promoção, conseguiam, maioritariamente preços mais vantajosos do que as peças cheias de etiquetas chamativas... parece que não há nada como um bocadinho de marketing psicológico para acordar (ainda mais) o nosso espírito consumista.
Deste lado fala-vos um m-M que está a contar tostões até ao fim do mês, porque comprou o vestidão.
Por isso, este post não é, de todo um ressabiamento de quem estava cheia de intenções consumistas e ficou desiludida com os pretensos descontos...
É mesmo uma análise pequenina e rápida e simples de mercado - ou não trabalhasse eu em Marketing...
Chamem-me snob mas sempre fui pessoa de fazer muita distinção entre amigos, conhecidos e colegas.
E sempre fui muito aberta em, claramente, dizer a cada pessoa que se cruza comigo, em que categoria se inserem.
Quando trato alguém por querid@, por doce, por amig@, não o estou a fingir ou exagerar, se o digo, é como o vivo, como o sinto.
Amigos, com A grande, tenho poucos. Talvez os conte pelos dedos das 2 mãos, e já me considero uma sortuda. Já me fez mais "espécie" não ser uma pessoa supéh-in, com montes de convites e o telefone sempre a tocar. Com chapaditas na cara, abanões de realidade ou verdadeiros murros no estômago, foi reduzindo a lista e neste momento, os meus amigos encaixam "em mim", não sinto que me falte muito na vida, nesse campo.
Conhecidos? É o que mais tenho. Tenho-os ao pontapé. Seja pela minha área profissional, seja pela minha "personagem social", que é muito boa a por um sorriso na cara e a fazer conversa "pela sala"... conheço muita gente. Esses conhecidos merecem-me extamente isso: um sorriso, um cumprimento, uma simpatia, cortês.
Colegas... esta categoria é a mais escorregadia, por estranho que pareça. Sou uma profissional que vive muito (demais?) as suas equipas, as pessoas que dela fazem parte. Mas não me imponho nas suas vidas, fora do trabalho. Saímos fora da porta das empresas e somos o "eu" de lazer. Eu, por exemplo, sou o eu introvertido, que canta pela casa, que fala com o gato, que fala com as paredes, que adora vestir rendas e napa e vestidos e se baba por maquilhagem. Agora, ide perguntar às equipas que chefiei se me imaginam assim?
Oh hell no. m-M é certinha, cumpre todos os horários, todas as regras, todas as ordens. Sofre para não deixar os outros sofrer e trabalha até ao minuto final e mais minutos existissem. E preocupa-se com que a sua equipa esteja bem, para fazerem um bom trabalho.
A "categoria" colegas é-me escorregadia porque me é de extremos: como sou muito boa a "ler" as pessoas que constroem as minhas equipas... ou saio pela porta e não penso mais nelas, pruqe não houve click; ou me preocupo e tento criar uma ligação, porque gosto da pessoa, para além do horário laboral. E se assim é, faço o meu melhor para "trasladar" a pessoa da categoria "colega" para "amigo".
E porquê que me lembrei de fazer esta disertação, logo pela manhã?
Ao fim de quase 6 meses sem nos dirigir palavra, mesmo a P. tendo sido mãe e eu tendo comprado casa, não nos procurou. Não fez qualquer contacto pessoal, fora as "cortesias-parece-bem" de dar os parabéns pelo Facebook.
E, automaticamente, nós as 3 desconfiamos, mas aceitamos o inóquo café. Isto porque estamos a falar do tipo de colega que vê a hora de almoço como o momento para destilar veneno, para coscuvilhar, que se faz próxima de toda a gente para saber os "podres" de todos... então, as 3 pensamos: "prepara! Que aí vem bomba!"
E que nada... fomos as 3 (mais a nossa sobrinha-emprestada, a bebé L.), para ouvir que tudo continua igual na nossa antiga equipa, que pouco ou nada trabalham, que os nossos serviços estão a ser transferidos para as Filipinas e para a China, que a ex-chefa má foi re-admitida na empresa, mas despromovida e afastada da equipa. Que todos continuam fartos, cansados mas do mais acomodado que há, e a peguilhar pelos "€25 que pessoa x ganhou mais do que eu, este mês".
Este convite para café foi tão mas tão baseado em cusquice que esta nossa ex-colega (que para mim vai passar a conhecida, num ápice!) mal quis saber da bebé L. - enquanto eu aproveitei todos os minutinhos, dei colo, dei biberon, aconcheguei na alcofa... hummmm - e quando percebeu que os gossips não nos tinham afetado, porque aquela empresa cada vez mais é o nosso passado, foi-se embora, com sorrisos e promessas de até mais ver.
Em tanto mês que teve para preparar este café, nem sequer um presentinho comprou para a bebé L., acreditam? Só para terem noção do quanto "colega de horário laboral" esta moça é.
Nós as 3, amigas, sorrimos, encolhemos os ombros àquela necessidade, repiramos a sensação de liberdade de não fazer mais parte de tudo aquilo, fomos comprar um gorro para a bebé L., que está muito friiio e voltamos para casa - já falando do meu chá de panela.
E enquanto fazia a viagem de metro, fiz toda esta disertação na minha cabeça, e apercebi-me que sim, cada vez mais, me sinto bem com os "patamares" que criei para as relações que mantenho.
Porque nascemos todos diferentes, mas todos iguais, mas não nos temos que tratar e dedicar aos outros, todos, de forma igual.