E se eu vos disser que?
Tenho o relógio biológico a "dar horas"?
Tenho 31 anos. Não que isso hoje queira dizer muito.
No caso da minha mãe, que passou por problemas de fertilidade, queria dizer que com esta idade já tinha a 2ª filha, eu.
No caso de grandes amigos, significa que os filhos ainda chegaram uns tempos depois...
Até há bem pouco tempo, vá, uns 3 anos (podem pesquisar no blogue) dizia não querer ser mãe.
Depois... mudei de cidade, construí um casa-mento, vi o meu sobrinho crescer e a minha sobrinha nascer.
Vi amigas (que planearam ou que se "assustaram") ser mães.
E apercebi-me que "até que quero" ser mãe. Ou a linhagem do m-R acaba aqui. Ou a minha fica implícita nos meus sobrinhos.
E o m-R quer-o. Até foi ele, com o seu amor, o seu sentido de família, a sua total aceitação de mim, que me mostrou que eu poderei ser mãe. Se o quiser. Porque, ao meu lado, há quem queira, "só" com os medos normais, sem os meus, acrescentados.
Deus sabe os medos que tenho.
As desculpas que encontro, para adiar, "sempre, mais um ano".
Experimentem ter uma deficiência de nascença. Experimentem ter uns pais que lutaram a vida toda pela inclusão e aceitação, mas que têm sempre presente, nos olhos, lá bem no fundinho, "a culpa" de ter tido uma filha "assim".
Experimentem ter tido ex-namorados que se afastaram, quasi-com nojo, porque "filhos meus poderiam sair iguais".
Tudo isto, e mais medos e genéticas que me assolam fazem com que sonhe em "espalhar a semente", mas pense 100 1000 infinitas vezes, antes de "dar o salto de fé".
Graças a Deus, não somos muito pressionados. Talvez porque ninguém espere que "eu", sendo "assim", seja mãe.
E a mais uma notícia de gravidez, olho para o calendário, vejo a minha idade.
Vejo que estou longe da minha família. Que se quero sentir que aqui é a minha casa, tenho que a construir eu.
E o relógio biológico dá horas...