Amores antigos...
Não sei se é de "estar solteira" esta semana, se a culpa é da LadyVih, que se nos põe a fazer perguntas...
Mas ontem lembrei-me do H., do meu, para sempre, Kevin Costner, à Whitney que eu sou.
13 anos depois (parva, eu sei!), consigo ver que ele foi o meu 1º amor não adolescente. O que nunca reconheci como amor, maioritariamente devido à vergonha, de mim e de como tudo se desenrolou. Então m-M, porque falas disso agora? Porque a LadyVih perguntou por 1ºs amores. E eu (ontem) apercebi-me que o meu 1º amor NÃO foi o meu 1º namorado, ao contrário do que pensava...
Fomos colegas de Faculdade, e a verdade é que a eu mais Mulher, consegue agora ver que sim, desde as 1ªs semanas de aulas tivemos um encantamento um pelo outro. Aceitavamo-nos todas as piadas, defendiamo-nos, sorriamos mais, quando o outro estava presente.
Mas eu, o eu com 18 anos, acabada de conseguir o sonho de entrar na Faculdade, era muito Maria-rapaz, muito insegura, muito ceguinha. Como tinha achado piada a um outro moço, na praxe, e achava que não se pode achar piada a mais do que um moço ao mesmo tempo, sempre pensei que o H. era meu amigo. Um colega mais do que os outros, o que me fazia rir e querer guardar piadas e falarmos os dois, a correr no corredor, mas um amigo.
Toda, tooooooooda a gente me dizia:
m-M, o H. gosta de ti. A sério. Tu ouve-o, tu dá-lhe uma oportunidade, tu ouve-nos a nós. Vocês ficam perfeitos juntos. Vocês deviam namorar. Porque raio é que vocês não estão juntos?
E isto repetiu-se do 1º ao último ano de licenciatura. Com a "agravante" aka prova da minha cegueira, de no, último ano, nos termos aproximado muito. Muito. Ele visitava-me no estágio. Trocávamos e-mails em que nos tratávamos pelos nicknames. Ele pediu-me, oficialmente, para ser o par dele no baile de finalistas. Ele quis fazer pandant com o meu vestido (por vontade própria). Ele convidou-me para caminhadas de madrugada (e eu fugi!). Ele fez-me um pedido "a brincar/falso" de joelho no chão, em pleno baile de finalistas - e a "casa" veio abaixo. Ele que foi comigo para a Queima, na última noite de estudantes, e ele nunca ia à Queima. Ligamos um ao outro a celebrar o facto de sermos Drs., logo a seguir a acabarmos o nosso último exame de Licenciatura - que foram a cadeiras diferentes, e horários diferentes. Ele, avesso, às tecnologias tentou manter conversas comigo por MSN, nos 2 meses depois do curso acabar. Mas nunca tocamos abertamente no tema namoro. Nem sequer no tema "gosto de ti".
Eu, morta de medo (de estar enganada), de vergonha própria, do sentimento de "eu não o mereço", do sentimento de "vocês estão a brincar comigo, porque quem raio quer namorar comigo"... fui escondendo que gostava dele. Escondi até de mim que gostava mesmo dele. E mascarei tudo de amizade.
Em novembro, 4 meses depois de termos acabado a faculdade, reuni toda a coragem que não sabia que tinha e declarei-me. Num e-mail - que nós morávamos a 150 kms um do outro - sim, eu sempre tive queda para gostar de homens que, fisicamente, estavam longe de mim. - do qual já não me lembro ipsis verbis, mas que me lembro que era uma declaração com laivos de humor, quase como que a pedir desculpa pela demora e pelas tampas que lhe dei.
E não correu bem. Ele agradeceu. Ele ficou contente por mim. Mas não retribuiu.
Disse-me uma amiga comum, semanas depois, que cheguei tarde. Que aqueles 4 meses, que a mim me fizeram ver que queria mais daquela "amizade", a ele fizeram-no ver que "longe da vista, longe do coração". E que tinha levado com um "não, obrigado" por despeito de um coração cansado, cansado de ter gostado de mim 4 anos e eu ter chegado tarde.
A verdade é que esta noite sonhei com ele. Que nos encontrávamos num shopping, numa das minha visitas ao Porto. Que ele agora trabalharia na área das Finanças (?) e que estava (fisicamente( diferente, mas que os olhos, doces, continuavam iguais. E que era casado. E que eu estava lá com o m-R. E que tudo ia ficar igual.
O engraçado nesta história, é que este sonho teve a capacidade de me ajudar a cimentar tudo o que me apercebi nos últimos anos, sobre ele e sobre o que senti. E este sonho teve o dom de me ajudar a matar saudades da memória de mim e dele, nos nossos 18-21 anos.
Sei, em mim, nos planos da minha vida, no meu coração que o m-R É o meu companheiro, o meu "hóme", o meu amor maduro. O amor que o Universo me enviou quando eu me dispus a ser eu, com um homem, com tudo o que isso implica. Não o troco por nada, por ninguém, muito menos por um sonho.
Mas o H. será sempre o que "me escapou por entre os dedos" e o que me deixa tão orgulhosa de o imaginar num presente paralelo ao meu, em que seja pelo menos tão feliz e realizado quanto eu o sou... e esta capacidade mostra que isto só pode ter sido Amor. O meu 1º Amor.