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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qua | 09.11.16

Do bullying laboral

Quem me lê há tempo suficiente sabe que, no meu emprego anterior, fui vítima de bullying profissional durante cerca de um ano.

Bullying bem "trabalhado" pela minha chefia máxima que o começou por fazer de forma tão dissimulada que, nos primeiros 3 meses eu mesma duvidava dos insultos e humilhações.

Até que fui obrigada a ficar no trabalho mais 2 horas por dia, sem pagamento extra.

Até que fui acusada de roubo aos salários da equipa - isto numa multinacional, eu nem tocava em dinheiro.

Até que fui diretamente referida como "doida", "burra" e deficiente.

Queixas na ACT de nada serviram. Denúncias de nada serviram.

Aguentei 16 meses. Os últimos meses nem escrevi aqui, pois nem sabis em que "terra estava". 

Pareci viver numa nuvem particular, mas daquelas que se encaminhava para uma tempestade feia.

Soube depois que ela foi despedida tal e qual como me despediram a mim. Que o meu nome foi limpo dentro da empresa. Que uqme resta da minha equipa até sente a minha falta. Mas não deixei de vir para casa, completamente entorpecida e com a empresa a dever-me dinheiro e a dar-me palmadinhas nas costas e a "desejar-me um melhor futuro, que talvez fosse a melhor hora, mesmo para mim, para sair e tentar algo mais no mundo".

 

Fiquei quase 4 meses desempregada. Não foi um número nada mau, tendo em conta a minha área, a minha experiência profissional, o mercado atual e a minha deficiência.

 

Entratanto, na terapia, chegamos à conclusão que, dados os meus traços de personalidade, estou a lidar com - e a ultrapassar, espero! - um género de Stress Pós Traumático e Sindrome de Estocolmo. Nos 1ºs meses continuava a sofrer pela minha equipa, a sentir que ainda estava lá, na sala.

Ainda não consigo estar muito bem ou à vontade naquela zona da cidade, mas já vou reconhecendo que já não tenho nada a ver com aquela empresa, ou as pessoas que lá ficaram.

E porquê que resolvi relembrar tudo isto hoje - não, não culpemos o Trump!

Porque hoje tenho que fechar o relatório anual do Departamento em que estou.

Porque amanhã e 6ª estaremos em reunião anual de equipa nacional e delegações.

E, pela 1ª vez em 3 anos, avaliação não será sinónimo de bullying, do dia em que vão usar as minhas fraquezas para me enviar para casa.

Em 2 meses tenho mesmo trabalho para mostrar e algumas coisas planeadas para 2017.

Não são tudo rosas, não - nenhum emprego o é - desculpem se vos "rebento a bolha"!

Mas, meu Deus, sabem o que é poder escrever um relatório de avaliação sem medo? Sem insultos? Sem sombras?

Para já, vale a pena. Vale "todo o resto".

Qua | 09.11.16

Estou sem palavras

Grande eleição eleitoral de 2016: não adormeças, antes de saber os resultados de uma eleição internacional.

O mais provável é acordares "derrotada", com um peso enorme no coração.

 

Foi o Brexit, que me deixa receosa do lado "ilha" dos Britanicos.

É o Trumpa que me traz tão más analogias geo-políticas que, admito, o meu cérebro parou de processar, desde que acordei e vi as notícias às 7.36h de hoje.

 

Já ontem, os diretos - intrecalados com a estranha entrega do Pedro Dias... - me deixaram a prever este "futuro": ninguém avançava uma palavra, em qualquer direção. O direto via Skype com uma luso-americana democrata descrente na Hillary, deu-me arrepios e resolvi ir dormir.

Admito, o meu cérebro está preso entre esta imagem:

O medo do "futuro" geo-político que votaram, por nós.

E esta música: