Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Há uns 10, 11 anos, longe estava eu de sequer ter namorado... passei por uma loja de noivas, nos Clérigos (que já nem existe), e apaixonei-me por um vestido vermelho, que estava na montra. O corpete era beje escuro, com "pinceladas" de 3 tons de vermelho, a saia, comprida, mas sem cauda, era vermelho cereja.
Como já fui dizendo aqui, muitas vezes, não me vejo a casar, no sentido "tradicional" da coisa, muito menos vestida de noiva "tradicional".
Isto de ter 1,49m e ser manquinha, iria fazer-me parecer um cupcake com cobertura de natas, prestes a estatelar-se no chão - ah e verdade seja dita, de ano para ano, os vestidos de noiva só me desiludem...
Voltando ao passeio de há 10 anos... estava com a minha mãe, que me incitou a vesti-lo. Mesmo NÃO tendo nem amostra de namorado que justificasse a loucura. "Inventamos" um noivo e uma data e fui ver que tal... bonito, "simples" para as cores - teria que refazer o decote... - e com 40 cms a menos de tecido, até que dava. Rimo-nos e saimos da loja.
Ao que eu pebsei: será um sinal de Deus, dos Santinhos e do Universo?!
Depois li: "luxo", "5 a 8 mil Euros" e "Micaela Oliveira". E percebi que era mesmo era o Universo a relembrar-me que somos pobres.
Está visto. Não me caso, nem com a desculpa de ser uma "verdadeira" benfiquista.
Vocês lá têm noção de quantas prestações da casa me pagariam 5 mil Euros?!
Devia era ter apanhado aquele vestidinho, por muito out of fashion ques estivesse agora... afinal de contas, aquele custava uns €750(?) - preços da época.
Eu não dou para fã, gorupie féxon, da Padaria Portuguesa - se é que ainda é féxon, badalar esta cadeia de "padarias":
A verdade é que tentei.
Em, pelo menos 3 localizações diferentes - isto assim eu a lembrar-me de cabeça - nos últimos 2 anos.
Não vou expor aqui nenhum caso escabroso. Vou "só" expor a minha desilusão.
Uma pessoa passa pelas lojas e vê belas fotos. Muitos tipos de pão. Uma abordagem tradicionalista e quasi-saudável aos doces de confeitaria.
Mas o que me acontece é, de tempos a tempos, dar uma oportunidade e sair cabisbaixa.
Já experimentei os famosérrimos pães-de-deus... nhé. Os do Continente não lhe ficam muito atrás e são 25 cêntimos mais baratos.
Os scones de manteiga... não são maus, mas lá está. Não são maus. E para esta avaliação, não valem o preço.
Já experimentei variados pães e... não me fascinam.
O que experimentei hoje então, deixou-me verdadeiramente triste: pão tigre. Conheci pão tigre há 21 anos atrás, pelas mãos de 3 irmãos, padeiros, brasileiros, que abriram uma padaria-confeitaria maravilhosa, no Porto. O pão tigre deles era amanteigado, fofinho e a crosta "tigre" era crocante e adocicada. Um sonho! Ontem, passo pela Padaria Portuguesa do Saldanha vislumbro pão tigre, e só não corri lá para dentro, para não tropeçar (que isto já vão 3 quedas em 3 semanas).
Pedi o meu singelo pão tigre e esperei pela hora do lanche a antecipar todos aqueles sabores. Enganei-me! redondamente. Acabei a comer um pão pouco mais fofo do que um scone. Fresco sim, mas não muito fofo. Nada crocante e sem ponta de adocicado.
Também já me aconteceu lá comprar e o croissant vir esmigalhado, a fatia de bolo tender para o seco... mas isso uma pessoa vai "perdoando" com a ideia de que pode ter sido da hora ou do dia da visita.
Mas ontem a Padaria Portuguesa "matou" uma memória da minha infância.
Uma "padaria" - sim, porque ontem reparei que tipos de pão têm muitos, uns 10, mas amontoados com cada vez mais opções, como arrufadas, 5 tipos de croissants, bolachas, bolachinhas e biscoitos, frutos secos, fruta fresca, batatas fritas (?) e até água de marca própria (???) - não deveria viver de ser um conceito modernizado, povoado de música portuguesa atual e indie.
Uma padaria deve cheirar a pão, a doces acabadinhos de fazer. E não de fotos de "produtos exclusivos aos fins-de-semana", que estão à venda a uma 2ª feira.
Ou note-se: os únicos produtos de que gostei foram:o hambúrguer em pão de brioche, as fatias de quiche e o pão(zinho e bota zinho nisso!) de passas e nozes. Na minha mente, nenhum dos 3 é "verdadeiramente" um produto de padaria, tradicional, e muito menos, Portuguesa.
Se lá volto a entrar? Volto. Está à mão.
Este não é um texto de "nunca mais". Esta é uma ode a uma memória de infância, que só ontem percebi, que perdi.
Já temos televisão no quarto e candeeiros na entrada.
O quarto, a sala e o escritório empancaram nos 60%.
Não falemos nas imensas caixas por arrumar.
Nem na roupa - aaai que este ano só me apetece dar tudo de inverno: é o calor que não vai e,bora, sou eu que já não gosto de certas coisas, sou eu que não quero ter que arrumar os armários...
Sou só eu que prefiro arrumar roupas de verão?
E aquela mística situação de arrumar 3 caixas e 5 mochilas e mesmo assim parecer que continua tudo na mesma?
Eu simplesmente detesto visitar lojas de bricolage e acessórios para casa.
Também não sou nenhuma louca por lojas de decoração.
Por mim, decoração é toda feita na Casa Viva e no De Borla, para evitar confusões. E o IKEA é bom mas é para comer cachorros e cinamon buns - para não se esquecerem que isto aqui, não é um blog féxon.
Por isso, não estou a exagerar quando vos confessei na 6ª feira, que não estava nada excitada de ir passar o fim-de-semana num entra e sai entre o De Borla, o Leroy Merlin, o IKEA e o que mais, "desse género", fosse necessário.
O m-R fez uma lista de necessidades, por prioridades. Algo tão glamoroso como cabos, lâmpadas, candeeiros, calhas, caixotes do lixo e de reciclagem, tapetes...
Eu bem que tentei apetrechar-me o melhor que pude com coisas que tinha novas na minha casa de solteira - e que tinha deixado para trás... mas não chegou.
Sábado foi passado a medir, a escolher, a descobrir o novo mundo da intensidade da luz das lâmpadas e da grossura dos tapetes da casa de banho. E a descobrir a felicidade em forma de afiador de facas!
Parte bonita para as finanças??? Estas necessidades que podem parecer parvas aos olhos de outros, até que ficaram caras (dei por mim a respirar muuuuito fundo, sempre que tinha que pagar... minhoquices CARAS!), acabaram por ser oferecidas pelos meus pais, que num misto de "vamos matar saudades" e "vamos dar um adianto à casa", pagaram as compras todas!
Uma tarde que normalmente me poria a bufar em 20 minutos, cheia de vontade é de ir para casa, sentar-me no sofá, fez-me sentir útil. E mais! Ansiosa por ajudar a pendurar as coisinhas nos sítios!
Sim, depois de descarregar o carro - que veio do Porto cheio até às costuras! - era ver ontem: m-M e m-R feitos crianças a admirar os candeeiros da entrada e a fazer aaaah oooooh! às novas lâmpadas da cozinha e da dispensa.
Primeiro tímida, e à medida que nos aproximavamos do Porto, com pingas mais grossas.
Podia ter sido motivo para ficar chateada... mas não! Até que agradeci. Sorri.
Com um Verão tardio mas prolongado e uqente, Quente, QUENTE como o deste ano, e tendo em conta que em Lisboa já não chove "como deve ser" há para lá de 2 meses... soube-me bem!
Pingas grossas... na camisa, no cabelo.
Chapinhar nas poças do chão!
Foi "chuva de pouca dura", que sábado e domingo o tempo voltou a ficar maravilhoso, mas adorei a "ironia" de ser recebida na minha cidade com alguma chuvinha.
Porque, às vezesm o São Pedro sabe do que temos saudades!