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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qua | 26.10.16

Não vamos fugir!

Hoje é o 2º dia de caminhada/corrida que planeamos.

 

Nem com o regresso do J. a Portugal - na sua 2ª Euro-Trip", num ano! - nos fez sair do plano.

 

Sim, vamos "voar" do trabalho  para ir a casa trocar de roupas.

"Voar" para Belém. Fazer os nossos 45 minutinhos de exercício.

"Voar" de volta para a nossa zona, tomar duche, trocar de roupa e  levar o J. a comer "uma janta simples e tuga", como ele mesmo pediu.

E cair na cama redondos de cansados.

Mas em momento nenhum da semana nos apeteceu fugir deste novo plano de fazer as caminhadas/corridas.

Engraçado como, sem querermos ser fits e perfeitinhos, este plano mal amanhado e pelintra de fazer exercício, nos está a aproximar como casal.

[E diz que hoje já nem chove...]

Qua | 26.10.16

Pareço uma criança feliz, daquelas que aprendem a usar o penico:

Sim, o título é parvo.

Só para verem o estado em que estou.

 

Ontem, uma conversa séria, que andava a "pedir" mas a fugir dela, ao mesmo tempo, há cerca de 2 anos... aconteceu.

Convidamos o outro membro masculino da banda do m-R para ir lá a casa, por alguns dos problemas causados, em pratos limpos. Já que no sábado vamos calhar de ir ao mesmo evento de Halloween.

 

O m-R expôs o seu lado, o P. respondeu, expôs o dele.

Eu guardei-me para último.

Bem senti o corpo tremer de ansiedade. Mas quando chegou a minha vez, falei.

Medi palavras, fui construindo o meu discurso para não cair nas minhas armadilhas negativas habituais. Não deixei de dizer nada do que tinha entalado na garganta, há anos, para dizer.

Confessei que ando em psicoterapia, em parte também devido a eles. à dinâmica destrutiva da banda, ao mal que me fizeram sentir, ao quanto me ostracizaram. E não escondi que muito do que disse foi, para mim, também, um exercício com as ferramentas que tenho tentado ganhar nas sessões.

Não me beatifiquei. Não ataquei a pessoa do outro lado. Pedi uma tábua rasa, com o mínimo de expetativas.

 

Quando o P. saiu lá de casa, ainda eu estava em awe de tudo o que fiz e disse. Do quanto me consegui trabalhar para lidar e sobreviver positivamente àquela conversa.

 

Daí sim, hoje, sinto-me uma criança feliz, como as que aprendem a usar o penico, porque sabem que atingiram uma tarefa ao nível "dos adultos".

 E é isto que é viver com depressão e ansiedade. É conseguir ter e sobreviver a uma conversa com uma das pessoas que nos fez mal.