Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Porque ontem fomos começar, devagar, devagariiiinho, a nossa habituação à ideia de fazer caminhadas e piquenas corridas.
Fomos fazer uma caminhada lenta, vá, um passeio de namorados, a Belém.
Confesso que resmunguei. Tentei culpar o trânsito e a dificuldade de estacionar.
Mas fomos, como recompensa de termos sido rápidos a fazer as compras do mês e termos comprado tudo - e feito stockagem - MUITO dentro do orçamento e soube bem!
Caminhamos cerca de meia hora.
Eu a aprender a andar devagar - sim porque a minha deficiência faz-me parecer um coelhinho Duracel, a quem só falta o tamborzinho. O m-R a dar-me a mão a cada topada e ameaça de tropeção.
Vimos o rio encontrar-se com o mar. Vimos o céu escurecer, vimos carradas de turistas!
Conversamos, rimo-nos das sessões fotográficas que a turistada estava a tirar. Eu apercebi-me que sei conduzir até Belém, sem me perder. E começamos a ver as caminhadas naquela zona, como uma realidade, para o futuro, esperemos próximo.
Como voltei a ter problemas de sono e pesadelos durante esta semana - cortesia das mudanças de medicação da epilepsia - a 1ª parte da consulta de sábado foi dedicada exatamente à saúde.
A realização que viver com uma doença crónica e não a ter aceite a 100% também faz mossa.
O resto da sessão correu "como habitual".
Tal como disse aqui, a A. tem um fascínio pela expressão "Permita-se".
Talvez porque eu sou tão racional, que primeiro que me permita alguma "coisinha", faço os cenários todos na minha cabeça e penso, e peso e... acabo a não me permitir.
Assumi que esse jargão do "Permita-se" comigo funciona como uma buzina, daquelas engraçadas, dos palhaços. porque só de ouvir/ler "Permita-se", rio-me. De tão pouco natural que é, para mim.
Chegamos a uma conclusão para esta semana. A uma palavra.
Ou melhor, ao não deixar que uma palavra tome conta de mim: obrigação.
Eu fiz-me, "cresci" no meio de obrigações.
E, por agora, elas estão-me praticamente proibidas, a não ser as funcionais e as que afetem a vida de casal.
Giro, giro é que as nossas sessões acabam sempre a mencionar comida e sempre o mesmo prato, que a A. quer aprender a fazer, ensinada por mim: caril de lentilhas vermelhas.
E sabem que mais? Ficamos combinadas que um dia, a nossa sessão será um programa de culinária à moda da Filipa Gomes - se eu entretanto aprender a filmar chamadas de vídeo do Skype, partilho convosco, porque eu quero é mesmo encarnar esta personagem:
[Sábado à noite, em "ressaca" pós-consulta e com m-R fora, em concerto]
Passo 1 - convidei uma amiga para jantar lá em casa - mesmo que fiquem confinadas à cozinha, porque não há sofá nem mesa na sala.
Passo 2 - digam-lhe para trazer vinho - uma garrafa para cada - de preferência de um dos vossos vinhos favoritos.
Passo 3 - preparem uma saladinha com subtância, tostinhas, queijo fresco com ervas, azeitonas temperadas e batatinhas fritas
Passo 4 - preparem uma água frutada, porque já sabem que o vinho pode vir "a bater"
Passo 5 - com a conversa, bebam o vinho todo, comam a salada toda, mas praticamente não toquem em mais nenhum dos petiscos, eeeee eu como ótima anfitriã, esqueço-me de servir a sobremesa
Passo 6 - dão por vocês a rirem-se com a amiga (de tudo e de nada) e a sentirem as pernas a tremer
Passo 7 - a amiga vai-se embora antes da meia-noite, para não perder o metro
Passo 8 - à meia-noite, enquanto atacam as batatas fritas e a água frutada - lavam uma máquina de roupa, uma máquina de loiça, preparam o almoço de domingo, arrumam a loiça lavada e estendem a roupa cheirosinha.
Ou seja, sábado ficamos tocadas e eu em 2h fiz quase tantas tarefas domésticas como numa tarde "normal".
Eram 2h e picos e "apaguei" a ver o Velocidade Furiosa 5.
Agora vá, nunca digam que não aprendem nada neste blogue.