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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Ter | 04.10.16

Snape, o despertador!

A verdade é que a adaptação do Snape à casa nova tem tido altos e baixos.

 

Só fez xixi fora do sítio uma vez. Aceitou todas as alterações de localização da casa de banho.

O novo local de alimentação foi bem aceite e não faz muitas asneiras - está na dispensa...

Já não se esconde tanto, nem mostra tanto medo. Está sempre morto por poder entrar no nosso quarto para se ir deitar ao fundo da cama, coisa que nunca fez antes... Também adora ir atrás de nós para a casa de banho e empoleirar-se no lavatório a olhar para nós. Tem uma fixação incrível pelo bamboo que está na cozinha e não o larga por mais sapatadas no lombo que leve.

 

Entretanto, trouxe-lhe do Porto, a sua antiga caminha, ainda com o cheiro dele e do Botinhas, para ele sentir uma peça dele, e sentir-se acompanhado na casa nova.

Mas a verdade é que, para estar, durante o dia, gosta de estar no móvel da entrada ou no chão, esparramado.

Para a caminha vai quando nos vê sair de casa, para trabalhar; ou quando sabe que vai ficar de castigo, porque fez asneira.

O giro é como este gato já nos apanhou os horários!

Nas 1ªs noites, mal me deixou dormir.

O Snape sempre esteve habituado a ter um cantinho fechado (varanda/lavandaria) para ele. Na casa nova não tem, tem sim um enorme hall, que, à noite, é toooodo dele. Resultado: estranhou a liberdade.

Duas semanas depois (já se passaram duas semanas?!) começa a miar pela hora a que eu me levanto, de madrugada, para ir à casa de banho, mia pelas 7h, quando toca o 1º despertador e mia pelas 7.30h, hora a que eu me começo a vestir. Certinho, qual relógio suiço.

A minha única pena no meio disto tudo é que, aos quase 6 anos, Snape aprendeu agora a arte de esgadanhar a porta e eu não sei o que fazer para parar isso...

Alguém tem dicas?

Ter | 04.10.16

Do vestido de casamento vermelho

Há uns 10, 11 anos, longe estava eu de sequer ter namorado... passei por uma loja de noivas, nos Clérigos (que já nem existe), e apaixonei-me por um vestido vermelho, que estava na montra. O corpete era beje escuro, com "pinceladas" de 3 tons de vermelho, a saia, comprida, mas sem cauda, era vermelho cereja.

Como já fui dizendo aqui, muitas vezes, não me vejo a casar, no sentido "tradicional" da coisa, muito menos vestida de noiva "tradicional".

Isto de ter 1,49m e ser manquinha, iria fazer-me parecer um cupcake com cobertura de natas, prestes a estatelar-se no chão - ah e verdade seja dita, de ano para ano, os vestidos de noiva só me desiludem...

Voltando ao passeio de há 10 anos... estava com a minha mãe, que me incitou a vesti-lo. Mesmo NÃO tendo nem amostra de namorado que justificasse a loucura. "Inventamos" um noivo e uma data e fui ver que tal... bonito, "simples" para as cores - teria que refazer o decote... - e com 40 cms a menos de tecido, até que dava. Rimo-nos e saimos da loja.

Ontem sai esta notícia.

Foi o m-R que ma enviou.

Ao que eu pebsei: será um sinal de Deus, dos Santinhos e do Universo?!

Depois li: "luxo", "5 a 8 mil Euros" e "Micaela Oliveira". E percebi que era mesmo era o Universo a relembrar-me que somos pobres.

Está visto. Não me caso, nem com a desculpa de ser uma "verdadeira" benfiquista.

Vocês lá têm noção de quantas prestações da casa me pagariam 5 mil Euros?!

 

Devia era ter apanhado aquele vestidinho, por muito out of fashion ques estivesse agora... afinal de contas, aquele custava uns €750(?) - preços da época.

Ter | 04.10.16

Isto é não dizer mal, por dizer...

É uma constatação, baseada no meu gosto, pessoal.

Eu não dou para fã, gorupie féxon, da Padaria Portuguesa - se é que ainda é féxon, badalar esta cadeia de "padarias":

A verdade é que tentei.

Em, pelo menos 3 localizações diferentes - isto assim eu a lembrar-me de cabeça - nos últimos 2 anos.

Não vou expor aqui nenhum caso escabroso. Vou "só" expor a minha desilusão.

Uma pessoa passa pelas lojas e vê belas fotos. Muitos tipos de pão. Uma abordagem tradicionalista e quasi-saudável aos doces de confeitaria.

Mas o que me acontece é, de tempos a tempos, dar uma oportunidade e sair cabisbaixa.

Já experimentei os famosérrimos pães-de-deus... nhé. Os do Continente não lhe ficam muito atrás e são 25 cêntimos mais baratos.

Os scones de manteiga... não são maus, mas lá está. Não são maus. E para esta avaliação, não valem o preço.

Já experimentei variados pães e... não me fascinam.

O que experimentei hoje então, deixou-me verdadeiramente triste: pão tigre. Conheci pão tigre há 21 anos atrás, pelas mãos de 3 irmãos, padeiros, brasileiros, que abriram uma padaria-confeitaria maravilhosa, no Porto. O pão tigre deles era amanteigado, fofinho e a crosta "tigre" era crocante e adocicada. Um sonho! Ontem, passo pela Padaria Portuguesa do Saldanha vislumbro pão tigre, e só não corri lá para dentro, para não tropeçar (que isto já vão 3 quedas em 3 semanas).

Pedi o meu singelo pão tigre e esperei pela hora do lanche a antecipar todos aqueles sabores. Enganei-me! redondamente. Acabei a comer um pão pouco mais fofo do que um scone. Fresco sim, mas não muito fofo. Nada crocante e sem ponta de adocicado.

Também já me aconteceu lá comprar e o croissant vir esmigalhado, a fatia de bolo tender para o seco... mas isso uma pessoa vai "perdoando" com a ideia de que pode ter sido da hora ou do dia da visita.

Mas ontem a Padaria Portuguesa "matou" uma memória da minha infância.

 

Uma "padaria" - sim, porque ontem reparei que tipos de pão têm muitos, uns 10, mas amontoados com cada vez mais opções, como arrufadas, 5 tipos de croissants, bolachas, bolachinhas e biscoitos, frutos secos, fruta fresca, batatas fritas (?) e até água de marca própria (???) - não deveria viver de ser um conceito modernizado, povoado de música portuguesa atual e indie.

Uma padaria deve cheirar a pão, a doces acabadinhos de fazer. E não de fotos de "produtos exclusivos aos fins-de-semana", que estão à venda a uma 2ª feira.

Ou note-se: os únicos produtos de que gostei foram:o hambúrguer em pão de brioche, as fatias de quiche e o pão(zinho e bota zinho nisso!) de passas e nozes. Na minha mente, nenhum dos 3 é "verdadeiramente" um produto de padaria, tradicional, e muito menos, Portuguesa.

 

Se lá volto a entrar? Volto. Está à mão.

Este não é um texto de "nunca mais". Esta é uma ode a uma memória de infância, que só ontem percebi, que perdi.