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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Seg | 19.10.15

Uma não chega, venham duas...

O meu Botas, o meu gato branco e caramelo morreu.

De madrugada, depois de todas as esperanças que nos deram.

 

Morreu sozinho. Ou melhor, rodeado de estranhos, de bata.

Se calhar foi para o céu dos gatinhos a rogar-nos pragas, aos donos que o deixaram no veterinário a ser picado e com uma sonda.

 

O Botas era grande, lindo, fofo.

Mas tinha medo de tudo. Muitos traumas. Muitas más memórias. Ficava pequenino, encolhido, assustado.

 

Morreu com um pico de febre e uma paragem cardiaca irreversível.

 

Eu senti, no coração, desde que ele foi internado, que não voltava a casa, a minha bolinha de pelo.

O m-R, racional, científico, acreditou, até ao fim que o conseguiamos salvar.

 

Não conseguimos.

O m-R chorou até dormir, na noite em que fomos informados.

Eu vou chorando.

Sei lá, talvez porque quando entro na sala, olho para o meu S. e continuo a achar que o meu Botinhas vai voltar.

Ele que adorava enroscar-se comigo no sofá.

 

Foram 3 anos a lutar e a fazer tudo para que ele fosse feliz. Atenuamos os traumas, todos os dias celebravamos as provas de confiança e amor que ele nos dava.

Toda a gente nos diz que, connosco, ele foi feliz e amado.

 

Eu só peço que ele aceite enroscar-se comigo, no céu dos gatinhos, quando eu lá chegar.

Eu só peço que o meu Botinhas já não esteja zangado connosco.

 

Temos saudades tuas, dos teus olhos verdes e do teu ronron e da tua barriguinha.