Do direito de voto
Sou acérrima defensora do direito de voto.
Tendo em conta os vergonhosos valores da abstenção, votação após votação, chego a considerar se não deveriámos fazer do voto uma obrigação - assim à laia dos brasileiros.
Quer dizer... andou o meu avô, a minha tia, o meu tio... e milhões de outros portugueses a lutar por liberdade e direitos individuias, anos a fio, pondo a vida em risco, ou perdendo-a... e 60% de "nós", nada?!
Desde os meus 18 anos, só falhei uma votação - para as Legislativas (fui mesmo burra!), há 4 anos, por causa do ex-psicopata - porque eu "TINHA que estar com ele naquele fim-de-semana". Recriminei-me e ao/com o resultado muitas e muuuuuuitas vezes.
Cumprindo o dia de reflexão, publico o post hoje, para não "influenciar ninguém".
Este ano vou votar, pela 1ª vez, na minha nova cidade.
Ainda não sei o novo número de leitor de cor, como sabia o anterior. Não sei onde é o meu local de voto, mas ainda hoje trato disso.
Sei que vou votar. Domingo de manhã, como é minha tradição.
Não sei em quem vou votar.
Não sei mesmo.
SEI o meu quadrante político. Sinto-o, defendo-o, vivo de acordo com máximo de valores que aceito na minha vida.
Mas este ano, não sei como/em quem vou votar.
A campanha foi fraquinha.
Aos meus olhos, só há uma vencedora (de campanha): Catarina Martins.
Percebi melhor na rádio, nos tempos de antena sem imagens bafulhardonas e nos resumos políticos de final de dia (no trânsito), do que na Tv, nos dias em que me sentei a olhar, mais para o lado do Marketing Político de tudo o que se passa.
Não me deixei "apanhar" pela hype de Gatos Fedorentos e outros que tais.
Estou desiludida com o rumo das sondagens. Com esta nossa mania portuguesa do bipartidarismo, da tradição do duplo-mandato e da maioria de mandatos de direita.
Mas acima de tudo, estou desiludida comigo mesma, sabem?
Em 12 anos de idade votante, em 6 (?) momentos de voto, NUNCA fui uma das indecisas.
Este ano sou. Por tudo o que apontei antes.
A única certeza que tenho é a de que: vou votar.
À esquerda, ou não.
Mas nem que seja em branco, nulo, ou às bolinhas.
Domingo, estou - sabe lá Deus onde - a fazer a minha cruzinha, com os meus documentos pessoais na mão.
Mais do que vir para aqui "sonhar" que altero a ideia de voto a alguém, só peço uma coisa: exerçam o vosso direito.
Votem!
Depois sim, poderemos passar os próximos 4 anos a discutir o que se passou.