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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qua | 13.05.15

Planos para hoje à noite:

  1. Tratar do cantinho dos quadrixanos - é tarefa do m-R e ele tem muito mais paciência do que eu;
  2. Preparar o jantar para levar para a sala e comer em frente à Tv;
  3. Tomar um duche prolongado com todos os mimimis de beleza;
  4. Deitar-me na cama, fresquinha, a ver a maratona de 2 episódios, de Grey's Anatomy, na FoxLife;
  5. Quiçá adormecer a meio.

E que bem que sabe poder "desabar" em casa, quando se passam dias como os meus :p

Qua | 13.05.15

Do bullying (ponto final).

Corre, galopa por aí um vídeo de infindáveis minutos de violência gratuíta, em mais um recreio, numa escola no Norte.

Se o vou partilhar aqui? Não.

Vi (ouvi - que nem quis olhar) uns minutos.

E à minha memória vieram os 16 anos de bullying que sofri, em todos os níveis de ensino que frequentei - disto, só o Mestrado se "safou".

 

Fui vítima de bullying desde que entrei na 1ª classe. Por ser deficiente. Porque "ah e tal, as crianças são crueis".

O bullying chegou a "vias-de-facto" no meu 8º ano e no meu 10º ano. Com "esperas e cercos" tais quais os que vimos no vídeo. Por ser deficiente mas "mesmo assim" todos os anos ter média para me candidatar ao "Quadro de Honra".

Na faculdade fui vítima de bullying verbal e psicológico. De novo por ser deficiente. Isso não fazia de mim cool. Isso e o não andar cravejada de roupas de marca. Era a "anti-social" que nem "bêbeda" ficava e nem "ia a todas as festas" e não andava a "comer rapazes".

 

Os Profs.? Olham para o lado. Ou pior, participam no bullying. O mesmo se aplica aos contínuos.

Não querem problemas.

Porque, por exemplo, eu levava todos os meus "casos" aos Conselhos Executivos. E isso implica os Profs. e os contínuos falarem - e os pneus dos carros deles serem rasgados - "por exemplo".

 

Não olhei os infindáveis minutos para aquele rapaz. Porque eu já fui ele. Não preciso de olhar.

As diferenças? O Séc. XXI, no seu "ex-plendor".

Frases como "Inês sai da frente para eu filmar". Ou "agora vou deixar a mão descansar". Ou ainda o "maravilhoso" "Vai lá. Bate-lhe. Tu sabes que queres".

 

Agora a PJ vai investigar.

E depois entram os pais, as CPCJ's deste país a defender que todos são crianças, que todos ficarão afetados por isto que se passou.

 

Sabem?

Parte de mim, talvez para vosso "horror" quer berrar: Caguem no puto dos Ídolos. Que tem 16 anos e foi lá porque quis e já tinha visto o programa em casa - e talvez rido dos "cromos do ano anterior". Mas não consigo. Porque também sou jornalista e SEI que a SIC quebrou a ética pela qual todos deveríamos estar cobertos.

 

Mas porra, meus amigos.

Isto É "o" bullying. O que acontece todos os dias. O do rapaz a um canto a levar bofetadas de ar prepelexo.

Este é o bullying que acontece todos os dias. Nos recreios, nos corredores, nas casas-de-banho.

E que nos fazem crescer com a vergonha e sensação de que somos fracos e os outros saiem impunes.

 

Este é O bullying. Ponto.

Ponto que não é final, porque não pára.