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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qua | 08.04.15

Fascínios

Se alguém me dissese, há 3 anos, que agora estaria onde estou e "seria" quem sou, não acreditava.

 

Sei que pareço um cliché andante. Mas não acreditaria mesmo.

Era a rapariga que "sobrevivia" aos dias com a ajuda de terapia psicológica mensal, certinha que nem um relógio.

Uma rapariga que tinha medo da sua sombra, terrores e ansiedades acabada de sair de um namoro violento e abusivo.

Trabalhava em algo que gostava mas com um contrato precário.

Tinha começado a viver sozinha - e aproveitar a solidão para me isolar.

 

E em Maio desse ano, tudo começou a mudar.

As sessões tornaram-se mais leves, mais focadas em mim.

O medo não desapareceu, mas tornou-se suportável. Especialmente quando decidi começar a não ter vergonha do que tinha passado.

O m-R entrou na minha vida, de surpresa.

Decidi arriscar e candidatar-me ao Mestrado.

Passei a viver mais a minha casa, as minhas vontades e menos o status de "ser independente".

 

Estes últimos 3 anos têm sido um fascínio.

Mesmo nos momentos maus.

Mesmo nos negros.

Fascínio de sentir que, querendo, focando-me, pedindo ajuda, aceitando ombros, tudo se vive.

Tendo o m-R ao meu lado. Haverá no mundo pessoa mais fascinada do que ele?

A sério? Há dias e dias e dias em que me pergunto: que raio vê ele em mim? Como pode ele gostar de mim? Amar-me? Aturar-me? Querer construir a vida, do agora, comigo?

Eu? Deficiente. Insegura. Marginalizada. De auto-estima flutuante. Lutadora. Teimosa. Impaciente. Com mau feitio. E um monte de fantasmas atrás.

Deve ser a história dos "testos para cada panela".

E também isso me fascina.

Já não morro de medo. Já não analiso tudo a toda a hora. Vou pensando. Deixo-me pensar.

Fascino-me com o fascínio dele.

Fascino-me com as voltas da vida.

Fascino-me com o "que ontem era, hoje já não é".

Fascino-me a pensar em mim.