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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qui | 08.01.15

m-M Maria porquê é que volta e meia...

Ora desapareces dos blogues, ora escreves de testemanetos de rajada?

Ora meus queridos curiosos, por 3 razões:

  1. No dia-a-dia dou por mim a pensar "isto é giro/bom/necessário/parvo" de partilhar lá no brelogue;
  2. Quando cá venho chego a passar quase 4 horas de volta do "escreve, edita, responde, visita" - e depois sinto-me culpada e passo o resto do dia em modo "fada-do-lar/planeadora/sonhadora para bem da casa";
  3. As crises de enxaquecas dão tréguas há 4 dias - mas vamos falar baixinho para não as "acordar".

 Eu sei, eu sei. Este post foi-vos extremamente útil, ou atão não!

Qui | 08.01.15

Nota-se muito que não sigo as modas?

Eu adoro ler os posts de balanço de ano - o da Just encheu-me o coração.

Eu inspiro-me e suspiro-me a ler as resoluções de ano Novo.

Eu todos os Anos penso: "é este Ano que me deixo apanhar por este espírito e vai sair daqui uma bruta obra literária".

Mas não consigo nada.

Não "sai" porque sinto que, na minha maneira de escrever, nas curvas e contra-curvas do meu blogue, escrever assim seria para seguir a "moda", para "esticar o meu pescoço no meio da multidão a ver se reparam".

A 1ª semana do ano "a sério" está a acabar. Amanhã é o jantar com amigos do m-R. O fim-de-semana vai ser como calhar.

Se muito tiro de tanto ler e tanto pensar é que 2014 foi uma montanha-russa. Eu sou uma montanha-russa. E se o ano é meu, é igual. Digo eu. Luta, meta, desespero, luta, meta, luta... Muita vontade. Muito Amor, muito mais do que o esperado, Amor com letra grande! Muita descoberta. Muita habituação.

2015, como disse eu há dias no Faicibuqui, é o ano em que me apercebi que aprendi o valor e a força positiva de saber escolher a palavra "continuar". Continuar o bom, continuar a luta contra o mau.

Este post é vago e generalista como o caraças? Pois que sim. Que eu sou moça de sonhar e esperar muito (menos com os anos, confesso), mas sou de sonhar "para dentro da cabeça", dentro do coração.

E continuo sem conseguir escrever um texto obra-prima-inspirador de início de ano.

Encontramo-nos cá em 2016?

Qui | 08.01.15

Sogrinho-pesadelo

Estão a ver aqueles pais overachievers que transferem todos os seus desejos e frustrações para os filhos?

Então digam Oláaaaaaaaa ao pai do m-R.

Sempre estranhei (quando ainda namoravamos à distância) a forma "apagada" como o m-R se referia ao pai. Pensei "aaah é dos pais se terem divorciado quando ele era pequeno" ou "ah é do homem já ir na 3ª mulher".

Depois estrenhei o homem só me terer conhecido mais de um mês depois de eu já estar em Lisboa, com as buscas da casa a decorrer a todo o vapor, e o homem sem ligar ao filho, sem mostrar interesse na "mudança de vida", nada. Ainda pensei "ah o homem tem 2 filhas adolescentes para criar".

Pois bem... digamos que depois de ter conhecido a peça, percebo porque é que a Sogrinha diz que "doeu muito acabar um casamento, mas mais vale liberdade do que um casamento-problema".

Sogrinho é famoso por achar que é rico. Ou seja, é o típico homem de meia-idade de classe média. Maaaas acha que é rico. Isso fá-lo, entre muitas coisas, comprar torneiras de €800 para a cozinha, ou instalar LEDs psicadélicos-discoteca na sala, para quando vê filmes. Sogrinho acha-se a última coca-cola do Deserto porque tirou um Mestrado em 2002, "fez" o Mestrado à 3ª mulher, e está a "tentar" (há 3 anos" acabar o Douturamento.

Falar com o filho 5 minutos ao telefone? Convidá-lo para jantar? Conversar com ele sobre "agora que te vais juntar"? Ajudar na nova fase da vida? Qual quê? Isso dá trabalho e implica ter sentimentos... coisa que ele só tem pela 3ª mulher... a sua "princêsa".

Fiquei muito desagradada quando, há meses, ele mentiu à mãe do m-R de maneira a ela nos pedir que o convidássemos a vir cá a casa - quando nós - que somos vizinhos, já o tínhamos convidado umas 3 vezes. Trouxe a 3ª mulher, a filha do 2º casamento e a filha da atual mulher. Em hora e meia comeram um lanche ajantarado que dava para 10 pessoas. Sairam sem sequer se oferecerem para ajudar a lavar a loiça ou levantar a mesa. Barriguinha cheia? Ala!

Mas, se para mim o homem bateu no fundo no Natal, vi-lhe as verdadeiras "cores" antes do ano novo.

Imaginemos: aniversário da filha do 2º casamento, a C.. Irmã de sangue do m-R. Miúda gira, amorosa, simpática, bem-disposta. A celebrar 15 anos.

Oferta do pai: se não queres jantar ali no boteco do outro lado da rua, faço-te um jantarinho em casa. Só para nós. Nada de amigos, ou de festa depois do jantar - já que estava de férias de Natal.

Pior, mal se dirigiu à filha (ou ao filho). Colocou-a à cabeceira da mesa, por ser "a noite dela", mas, a partir daí o jantar orbitou COMPLETAMENTE à volta da filha da 3ª mulher, a P.. Uma miúda de 16 anos, simpática sim, mas com falhas de educação e de limites.

"Ah oh P. que estás no 11º ano. Ah oh P. que tiraste média de x, quando eu te disse que só te presenteava se tivesses média de y. Ah oh P., que não sabes o que é empenho. Mas oh querida P. vais receber o teu presentinho porque, apesar de não te ver estudar, senti algum esforço". Pelo meio, P. refilou e respondeu torto ao "pai-drasto", pediu um presente ainda melhor do que o tal que ela "nem mereceia"; tudo enquanto querida 3ª mulher/mãe se esgueirou da sala.

Expliquem-me como se eu fosse muito burra: como é que raio um pai não vê estudar, mas "sente" esforço? Especialmente se as notas foram más?

No meio de tudo isto um m-R com ar de "ai isto tudo outra vez" e uma C. com ar de "já conheço esta história toda e estou para aqui num canto". E eu com ar de "este homem é real? Isto não é para os apanhados? Ai que vou já ali cobrar 12 anos de estudos aos meus pais, oh larilas!"

Porquê? Pai de m-R e suas irmãs é controlador, obcecado com as notas dos filhos. Só acredita em filhos inteligentes se estes "escolherem" (empurrados) a área científica, particularmente saúde. m-R safou-se de TER que seguir saúde porque a Sogrinha proibiu o Sogrinho. Maaaas Sogrinho só perdoou m-R quando o filho acabou o Mestrado sem reprovar nenhum ano e arranjou logo emprego.

Ou seja, Sogrinho PAGA as notas às miúdas. Impõem médias em trocas de bens impróprios para adolescentes, mas que lhe darão status a ele enquanto "pai". Note-se que m-R não foi tratado assim, à sua época.

Não concordo com este tipo de educação. Os meus pais nunca me pagaram pelo meu "dever" qnquanto filha menor em idade escolar obrigatória. Os meus pais nunca limitaram os meus sonhos ou gostos. Os meus pais nunca berraram conversas deste teor em aniversários, com visitas em casa (ou sem elas). Eu nunca respondi daquela forma aos meus pais. E acabei o secundário com média de 17,3. Entrei para o curso que quis. Nunca me passa pela cabeça que área A vale "mais" do que área B. Devo ser um bicho raro. Ou então não!

O que me doeu e me fez vir enjoada para casa? A tristeza nos olhos da C. porque foi ignorada. O medo e a tensão no corpo da C. porque está a pensar seguir Economia. O facto de a C. fazer anos, ter tido melhores notas mas ir "receber menos" do que a P. O ar de "já estou habituada a ficar para depois".

Nem na m€rd@ do bolo de aniversário o Sogrinho-pai querido acertou? Não é que o raio do homem comprou um tipo de bolo que a C. nem pode comer só porque "é bonito e fica bem de apresentar numa mesa"?

Caiu-se me tudo ao chão! Só me apetecia abraçar aquela miúda. Insultar aquele homem.

Não admira. Divorcia-se das mães, afasta os filhos. Exige, pressiona, aterroriza que os filhos sejam x ou façam y. Mas não se liga aos filhos. Assim foi com o m-R (daí a frieza de relações...) e pelo mesmo caminho vai a relação com a C.

Resultado: m-R, eu e a Sogrinha estamos a planear formas do m-R estar mais presente na vida da C., já que o paizinho só tem olhos para a P., conversar com ela, mostrar-lhe que não está sozinha. Mostrar-lhe as várias áreas e cursos. Tentar dissipar aquelas dúvidas que todos sentimos quando nos pedem para "decidirmos a nossa vida com 15 anos". Ajudá-la (ele que já passou pelo "confronto") a pensar no que terá que dizer se a sua escolha for "diferente do esperado". Ela tem 15 anos e muito potencial. Não queremos que se perca, ou que se sinta perdida.

 

Eu? Sinto asco por aquele homem. Pessoa pequenina!

E cada dia sou mais grata aos meus pais. Só têm a 4ª classe? Vieram da "aldeia para a cidade"? Não me recompensaram cada nota acima de 15 que tirei na vida? Aaah caraças! Vou telefonar à CPCJ...

Não! Porque lutam, amam, sofrem e orgulham-se. Ficam tristes com as dificuldades e esperançosos com as tentativas. Como verdadeiros pais.