Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Quem me lê desde o início, quem algum dia leu o meu blogue antigo, sabe, porque não o escondia, que não era (?) mulher de desejar ser mãe.
Os medos, levantados pelo ex-alto-loiro-e-dinamarquês, eram demasiado fortes. O tom de "favor", de "obrigação" do ex-psicopata-muito-bom-lá-do-deserto-jamais, fizeram-me por o assunto de lado.
Do alto do meu feminismo pessoal, afirmei, para o mindo ouvir, que não sou mulher de achar que só se fica completa quando se é mãe.
Depois, apareceu o m-R.
Que ficou em choque quando-hlo disse a ele.
Que meses depois, calmamente me perguntou se eu estava a falar a sério.
Que quando eu disse que sim, me perguntou porquê.
Que com o avançar do namoro me disse que sonha em ser pai duma menina. Baixinha e inteligente como eu, cheia de lábia.
Que está disposto a todos os testes para me matar os medos. E que mesmo que eles existam, que toda a gente os tem.
Ontem disse-o, pela 1ª vez: "dá uns tempos à ideia, e quando for para ser (o engravidar), que seja a sério".
Ontem mostrei-lhe, pela 1ª vez, que por mim, já não é "só" conversa de namoro.
Sei lá se ele se apercebeu? Sei que apenas respondeu sobre a logística da situação.
Sei que eu me apercebi. E que adorava ser mãe, com a idade que a minha mãe me teve a mim. [É ser uma menina e fazemos full circle]
Toda a gente que fala comigo mais do que 10 minutos.
Cada pessoa que acha que sabe a "minha história".
Cada ex-colega.
Vocês que me lêem.
O coração do m-R e a pessoa "dentro" da My Cristina.
Desde um certo dia em que me disseram "nasceste para lutar, ficaste cá por um propósito", desde que me sinto genes da minha mãe, que não sei levar a vida sem ser a lutar.
Lutar por boas notas, lutar contra o pré-conceito, lutar pela independência, lutar por uma vida melhor, lutar para ser aceite, lutar pelo amor.
Dizem que quem não luta, não consegue. E eu vou conseguindo. Vai "dando certo".
Mas, não sei se do hábito, ou mais mesmo da desilusão, não consigo parar de lutar, de querer mais, de tentar e tentar.
Sou uma sortuda porque sei que algumas das metas estão quase, ou estão estáveis.
Ontem, uma nova meta apareceu. Claro que pouco dependente de mim. Apesar de não parecer histérica, estou-o por dentro - estou tanto! Dou por mim a pensar nisso a cada minuto em que minha mente acha que ficou "livre".
Chegou a hora de voltar a lutar. Desejar. Think happy thoughts. Pedir ao Universo. Esperar que os pontos a favor sejam tão grandes que ninguém me consiga apanhar na linha da meta.
Espero, daqui a pouco tempo poder voltar a dizer: "deu certo".
A idade dourada das meninas-Mulheres. O pico, o auge, o "tudo" - segundo a Bíblia do "Sexo e a Cidade".
Com todos os anos, entrego-lhe 3 presentes, à laia de Rainha Maga: um fútil, um icónico e um feito especialmente para ela. São todos fofos, estão todos guardados (no Porto) e à espera que ela consiga estar comigo no Sábado - Universo, uma ajudinha, sim?
E todos os anos lhe escrevo um texto do fundo de mim, da dor dos ossos, da alegria do Sol, do pulsar do sangue. Míseras palavras com tudo de mim.
Como ela disse no meu dia, foi o 1º ano, depois de muitos, em que a distância (geográfica) nos afastou e nos fez sentir estranhas. Eu, apesar de ter a parte material mais do que pronta, disse ao meu coração "Dá-lhe tempo, se não encontras as palavras".
A verdade é que Sábado de manhã estarei a escrever o texto do 30 na tela, mas o "Dá-lhe tempo", comeu-me o tempo e as palavras parecem-me todas pequenas e sem força ou significado.
Vocês imaginam quantas vezes eu já tentei começar o texto? Quantas vezes olhei para páginas em branco?
