Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Já falei aqui várias vezes e prometi que toda esta mudança me faria mudar a mim também.
E estou a fazer o meu melhor.
Alimentação melhorada, cuidado pela casa, cuidado pelo/com o m-R. Cuidar de mim.
Mas a verdade é que me sinto muito, muito em baixo. Não sei até que ponto toda esta viragem para a vaidozice, as ideias de novas tattoos e piercing, o arriscar no meu estilo... não sou eu a fugir às evidências de que não me sinto eu.
Evito falar com os amigos. Não ligo, não mando sms. Deixo-me estar um bocado no meu canto, uso a "desculpa da casa", deixo passar os dias. Porque estou a morrer de saudades por dentro.
O emprego aqui está a furado: no papel é perfeito, na realidade está emperrado. É função Pública e está tudo dito. O esforço é sempre ao lado, sempre que acho que a semana e as funções estão a ir ao sítio... pimba: abranda m-M que isto não é a tua terra, páh!
Não consigo sorrir normalmente. Até o m-R nota. Não me lembro da última vez que gargalhei e me senti à-vontade.
Estou sempre a chatear os mesmos amigos: a de cá e os de lá. Sinto-me uma chata, queixenta.
Fujo de estar com os amigos do m-R.
Mas conto os dias para as datas em que vão acontecer coisas.
Descubro tarefas para ocupar a cabeça.
Enquanto isso vou-me sentindo doente, "aos bocados", desmotivada, a engordar, a perder o interesse, a garra.
Várias pessoas me dizem que é normal, que nem a super-mulher lidaria com tudo isto na boa. Que sou humana e devo é falar com as pessoas por me sentir assim.
Quero voltar ao desporto, quero sentir-me realizada na minha área profissional. Quero fazer o m-R mais feliz. Quero continuar a apostar em mim, mas sem ser para esconder nada.
Agora que o corpo e o coração estão na mesma cidade... permitam à minha alma cá chegar. Ajudem-me, oiçam-me (lá em cima!).
De dia para dia... sinto que a nova vida é feita de muitas obrigações e sinto-me a perder a motivação para nadar contra a corrente.
Finalmente, hoje, descobri a ex-karma, a que fez o m-R pagar as maldades que fez a raparigas anteriores. O que era das nossas vidas sem o Faicibuqui?
Vamos por pontos:
acho-a feiinha que doi - ponto para mim;
de "ai que eu quero estar livre e viajar o mundo", passou para assumir uma relação com um colega de trabalho - m-R darling... cuidado se ela não te "presenteou" antes de te mandar dar uma curva;
é extremamente feliz no seu emprego e é reconhecida - nessa ganha-me aos pontos;
tem uma obcessão por fotografias de mãos - eu tenho pancas mas não chego a isso;
não é por nada, mas a gaija é do FêCêPê;
Medindo bem as coisas, acho que ele está melhor servido agora - ele bem me disse a semana passada que "dentro de todas as variáveis, tu és o meu jackpot".
Cada um vá ser feliz com quem de direito.
E sim, eu agora acredito que os baques do m-R quando o assunto é a ex-karma são só e relativamente à casa fixe em que ela morava.
Do género: como um pequeno-almoço de chá e uma torrada e aguento-me até ao almoço sem fome.
O almoço trago de casa - ontem foi peixe cozido, hoje é espetada grelhada de peixe e legumes. E tenho que "empurrar" o almoço...
Como umas 3 bolachas-maria ao longo da tarde... ou um pão-de-leite.
Chego a casa. Preparamos os nossos jantares habituais: sopa de legumes sem batata, e o prato que tem sempre, sempre vegetais e em que fazemos o nosso melhor para comer peixe pelo menos 2 vezes por semana. Again, dou por mim a empurrar a comida sólida. A "bufar" ao prato.
Problema. Isto não é dieta, é hábito. E o meu corpo e sistema digestivo nunca se queixaram.
E problema maior: desde domingo, após o jantar, no início da digestão, tenho crises de estômago: dores, barulhos, estômago a latejar, enjoos.
O engraçado? É que mesmo assim dão-se me as carências do doce "da noite". Mas nem isso como. E nem assim emagreço...
E não, não estou grávida! (acreditam que ontem, a mãe da amiga que fui presentear... nos perguntou se "mandavamos vir a cegonha?": MULHER, VIVEMOS JUNTOS HÁ 2 MESES e eu nem 30 anos tenho. Hold your horses, please!)
Alguém me consegue ajudar?
Não percebo o que se passa nem percebo o que fazer para minimizar isto - o Kompensan não está a ajudar...
Tenho vivido momentos maus, momentos meh e momentos marabilhosos, carago!
Tenho morrido de saudades de "tudo e de nada", tenho descoberto coisas novas. Tenho sonhado muito.
E, cá está o cerne da questão, tenho-me apercebido do quanto devo por as pessoas em perspetiva.
Quase 4 meses depois de ter "largado" a vida "toda" percebi que muita gente me "largou" e eu dou por mim a ter que os "largar".
A S. bem me disse na noite anterior: "a nova vida vai-te mostrar, tu vais, quem fica, o quão perto é o longe".
Percebi que quem alimentava lá, tem alimento para além de mim. Percebi que quem não acarinhava aqui até que me acarinha. Ou que os amigos das festas são amigos nas festas.
Ao conversar sobre o meu aniversário - daqui a 2 semanas, com uma amiga de há 12 anos... a A. mostrou-se muito supreendida por eu não ir celebrar a Casa.
Expliquei: vou, mas sem "festas". Vou fazer 2 em 1 e celebrar com o meu pai. Os amigos que gostam e perguntam e sabem o quanto me doi e me custa não celebrar o meu aniversário com velinhas e pessoal a cantar... esse vai saber e vai ser convidado para o aniversário atrasado.
Os outros, contem 18 anos, 10, 5, 15 dias de amizade... vão ficar a pensar que "aaah ela agora festeja na vida de Lisboa".
Não, "amigos", eu vou festejar com os do coração, de quem tenho saudades, que têm saudades minhas, os que nos procuramos mutuamente. Vocês, os que queriam as boas festas e os jantares giros em trocas de lembranças? "Lembrem-se" com ajuda do Faicibuqui.
Aos quase 29 anos, longe de casa, a recriar redes e raízes, acho (mas só acho) que começo a encaixar quem cá está a sério, para o bom e para o mau e quem vai passando.
Sim, e só a ideia de fazer 29 anos longe dos meus pais, irmã, sobrinho, Cristina, S., E., Vicky... doi-me tanto, mas tanto cá dentro... que fico de lágrimas nos olhos.