Perspetivas
Dar esta volta toda à vida não é fácil.
Não tem sido fácil. Acho que se nota, não é?
Tenho vivido momentos maus, momentos meh e momentos marabilhosos, carago!
Tenho morrido de saudades de "tudo e de nada", tenho descoberto coisas novas. Tenho sonhado muito.
E, cá está o cerne da questão, tenho-me apercebido do quanto devo por as pessoas em perspetiva.
Quase 4 meses depois de ter "largado" a vida "toda" percebi que muita gente me "largou" e eu dou por mim a ter que os "largar".
A S. bem me disse na noite anterior: "a nova vida vai-te mostrar, tu vais, quem fica, o quão perto é o longe".
Percebi que quem alimentava lá, tem alimento para além de mim. Percebi que quem não acarinhava aqui até que me acarinha. Ou que os amigos das festas são amigos nas festas.
Ao conversar sobre o meu aniversário - daqui a 2 semanas, com uma amiga de há 12 anos... a A. mostrou-se muito supreendida por eu não ir celebrar a Casa.
Expliquei: vou, mas sem "festas". Vou fazer 2 em 1 e celebrar com o meu pai. Os amigos que gostam e perguntam e sabem o quanto me doi e me custa não celebrar o meu aniversário com velinhas e pessoal a cantar... esse vai saber e vai ser convidado para o aniversário atrasado.
Os outros, contem 18 anos, 10, 5, 15 dias de amizade... vão ficar a pensar que "aaah ela agora festeja na vida de Lisboa".
Não, "amigos", eu vou festejar com os do coração, de quem tenho saudades, que têm saudades minhas, os que nos procuramos mutuamente. Vocês, os que queriam as boas festas e os jantares giros em trocas de lembranças? "Lembrem-se" com ajuda do Faicibuqui.
Aos quase 29 anos, longe de casa, a recriar redes e raízes, acho (mas só acho) que começo a encaixar quem cá está a sério, para o bom e para o mau e quem vai passando.
Sim, e só a ideia de fazer 29 anos longe dos meus pais, irmã, sobrinho, Cristina, S., E., Vicky... doi-me tanto, mas tanto cá dentro... que fico de lágrimas nos olhos.