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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Seg | 04.08.14

How I've met my Thesis #10

E no número redondinho desta SAGA... O verdadeiro ataque de pânico!

Faltam 13 dias para entregar a versão final para revisão FINAL ao Prof. Orientador.

Estou a escrever o último capítulo de "trabalho da Tese" - vou assim a metade dele. E ontem simplesmente passei-me.

Não estou a gostar do capítulo, sei que ele tem que lá estar, mas acho que não serve para nada. Sinto-me a repetir-me. Acho que o Prof. se vai engasgar quando o ler... só espero que não mo mande repetir. Detesto este capítulo. Tenho 6 páginas para o acabar - o que é virtualmente impossível.

Resultado: desatei a chorar. Já vos disse que detesto este capítulo? DETESTO!

O m-R lá me acalmou, lá me explicou que toda a Tese é boa, este capítulo está melhor do que eu penso. Que é normal eu ter pirado. Que ele está lá para isso. E que falta pouco e que o Orientador vai ajudar e vai ficar orgulhoso.

Eu não sinto nada isso. Eu só quero ver este word pelas costas. Eu quero que me digam que tirei a nota (mixuruca) que sinto que me vão dar e prontes: Mestre.

Sinto que estes 3 meses de trabalho não vão ser "nada academicamente": não descubri a pólvora, a Dissertação não é inovadora, é só moderna q.b... e eu vou ser "só" a minha Dissertação...

 

Pior... 6ª de manhã o m-R vai com o guitarrista para um Festival... e eu vou ficar a tentar avançar com o capítulo... sozinha em casa. A descabelar-me, a dizer muitas asneiras dignas dum camionista e a chorar.

Já disse que destesto este capítulo?

 

Agora, com licença... vou a casa buscar os presentinhos do m-R, jantar fora e comemorar o nosso dia.

Amanhã regresso para vos dizer que Detesto este capítulo.

Seg | 04.08.14

2

Pois é.

Chegamos ao Capítulo II, mesmo a tempo do 2º aniversário de namoro.

Faz agora 2 anos, estava eu a desembarcar em Coimbra, sem saber o que esse Sábado de Sol me ia trazer, tudo o que ia acontecer.

Trouxe até mim o Inginheiro de caracolinhos na Quinta das Lágrimas, por entre árvores e bamboo; por entre as ruelas da cidade, de mãos dadas na Sé e do beijo roubado ao partir, na plataforma de Coimbra B.

Desde esse dia vivemos 731 dias de muitas viagens, de muita esperança, de muitas dúvidas e perguntas, de sonhos, carinho, amizade, de gostar muito, de amar.

O que aos outros parece longe, tornamos perto. Os sonhos longínquos e que não dependiam só de nós... fizemos acontecer.

Agora sei, percebo, sinto e compreendo o que é gostar tanto de alguém como quase de nós, como a nossa família, a nossa parte fora do nosso corpo. Sei o que é ser feliz por fazê-lo feliz. Sei o que é ficar sem palavras nos gestos mais simples e simplesmente corar ou sentir os olhos brilhar.

Sei que encontrei o meu amigo, o meu amante, o meu companheiro, o membro esperado na minha família nuclear.

Nada me enche o coração como ouvi-lo dizer que está feliz, que quer mais da vida que agora temos. Nada me faz mais feliz do que vê-lo receber abracinhos do S. e turrinhas do B. e saber que cheguei a "Casa" (porque as casas não são só lugares). Nada me enche mais o coração do que vê-lo aceitar-me, cuidar de mim, enroscar-me nele a ver um filme.

2 anos surpresa. Dois anos em que ter a outra parte de nós longe ensina a sentir, a alimentar e a lutar.

2 anos de gomas e Lambrusco e filmes parvos e sotaques diferentes.

2 anos a saber que tínhamos que ser um do outro.

2 anos de nós.