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Esta semana, devido a um pedido especial, dei por mim a procurar os contactos da A., a minha antiga terapeuta.
Admito, por muito convencida que possa parecer, que há semanas em que dou por mim a "gabar-me" telepaticamente dos meus avanços: Aaai se a A. me visse agora! Não tenho nada a ver com a rapariga que lhe entrou no escritório a chorar vai para 3 anos. Olha para esta quantidade de coisas que já fiz? Esta coragem diferente. Esta aceitação...
E depois há alturas, como a que estou a passar agora, em que em todas as frases que pensei acima, ponho um quase à frente. Quase coragem, quase aceitação, quase mudança.
Toda a gente diz que a vida é ciclíca, que a história se repete. Mas eu, com o passar dos anos também me convenço que muito do que vivemos vem de nós, das nossas atitudes e pensamentos. Que se não mudam, levam-nos para os mesmos sítios - gostemos ou não.
Sim, o ser capaz de querer trabalhar em mim trouxe-me a capacidade de entrar no Mestrado, trouxe-me a coragem de conhecer e arriscar no m-R, trouxe-me a capacidade de me ir abrindo mais a pessoas novas, trouxe-me a certeza de cortar com ervas daninhas e apostar nos amigos que valem a pena. Hoje sinto, faço, ajudo, quero mais por mim, sem pensar tanto no que os outros vão dizer.
Mas continuo a sentir-me pouco resiliente. A ansiedade ainda me toma. O pensar e sofrer muito por antecipação. O orgulho, o quando me sinto deslocada agir com arrogência para me proteger.
Continuo a acreditar muito na inveja e nas pessoas com má índole. Nas sombras. Minhas e dos outros. E quando dou por mim deixo as oportunidades morrerem porque há coisas em mim que ainda não consegui equilibrar.
Até o m-R. Sim, já falo mais, já partilho pensamentos com ele. Mas há alturas em que não consigo deixar de pensar que não lhe estou a dar tudo de mim. Que há um veu, uma névoa, um degrau. E tudo fica a meio. As intenções ficam a meio caminho. E ele merece mais. E se não gostasse tanto de mim, já tinha partido para outra.
Sei que há outras pessoas que precisam da A. Sei que ela é das melhores.
Sei que tenho saudades dela e do nosso trabalho, mesmo que difícil.
Mas ela agora está longe.
Este post não é um pedido de atenção ou uma palmadinha nas costas. Peço-vos a sério: quem conhece uma boa psico-terapeuta em Lisboa?