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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qua | 02.07.14

Dia de Sophia

Sophia, nome de piadas privadas.

Sophia, nome do poema que dou por mim a dizer às paredes.

Sophia, encantada pela minha cidade.

 

Hoje é dia de celebrar o génio de Sophia. Porque... ela sim!

Porque os outros se mascaram mas tu não 
Porque os outros usam a virtude 
Para comprar o que não tem perdão. 
Porque os outros têm medo mas tu não. 
Porque os outros são os túmulos caiados 
Onde germina calada a podridão. 
Porque os outros se calam mas tu não. 
Porque os outros se compram e se vendem 
E os seus gestos dão sempre dividendo. 
Porque os outros são hábeis mas tu não. 
Porque os outros vão à sombra dos abrigos 
E tu vais de mãos dadas com os perigos. 
Porque os outros calculam mas tu não. 

Sophia de Mello Breyner Andresen
 
Qua | 02.07.14

Aqui entre nós:

Leitores de mi coraçón...

Não digam nada a ninguém - comentem só comigo...

Sou má pessoa se confessar que estou super nervosa com esta mudança?

Eu que me dou tão bem a viver sozinha. Ele que nunca viveu sozinho, sequer.

Tem corrido tudo bem. Como dizia eu ontem à ex-Roomie: melhor do que alguma vez imaginei.

Sei que quem nos vê de fora, quem gosta de nós vê "mais e melhor" e estão felizes, por nós.

Eu, sinto-me feliz, mas ao mesmo tempo tão nervosa!

Adoro esta sensação da minha casa (longe de Casa), da nova família, de fazer listas e orçamentos, de limpar e arrumar. De programar e planear os dias. Fazer o jantar.

Mas estou habituada a fazer tudo isto sozinha. Ou para ele. Não com ele.

Resultado: ando mais monocórdica e monosilábica. Nem tenho coragem de lhe dizer porquê (deixo-o pensar que é por causa do emprego). Porque ele já me confessou o seu nervosismo e eu tenho que fazer de "gaija sabida e preparada".

Mas aqui entre nós: estou feliz, estou disposta, quero. Mas estou tão nervosa...

Isto de sonhar e pedir muito. De lentamente ver os pedidos a realizarem-se consegue ser tão assustador. E eu sou só Humana.

Qua | 02.07.14

5 anos e MEIO

Há 5 anos e meio, era meia pessoa.

Perdida de mim, a completar tarefas porque era o esperado.

Era meia pessoa que nunca tinha olhado para si. Que não queria olhar. Que não gostava do que via.

Meia pessoa porque se deu a alguém. Esse alguém que lhe trouxe a mais pessoa que devagarinho a ajudou a ser pessoa inteira.

Passaram meses e pessoas e lugares e situações.

Passou a pessoa que ficou com a metade. Passei eu a ser mais completa. A mais pessoa está sempre aqui.

Engraçado, se alguém, há 5 anos me dissesse "Vais voltar a ser inteira. Tão mais que nem me crês", certo eu não ia acreditar.

Agora 5 anos e meio ficaram para trás, cobertos de névoa. Do guardar só as memórias que o tempo permite.

O ladrão da 1ª metade continua a ter uma sorte que, às vezes, não aproveita.

A mais pessoa será sempre mais do que os outros.

Eu? Tento não voltar a sentir menos do que o todo que mereço.