Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Hoje fazes 33 anos. A idade de Cristo e tal e coisa :insert your spiritual blablabla here:
Não sei se atingiste os teus objectivos. Quantos corações cheios como o meu partiste. Não sei nada de ti. És o tal estranho que passa do outro lado da rua. Não te desejo mal, nem bem. Que passes na rua e não te atropelem, vá.
Os parabéns vão para a tua Mãe. Ela que tem o coração cheio mas nasceu para construir a família errada, que nunca reconheceu a alma linda, a entrega, o porquê das suas decisões. No início dos teus 33 anos, ela ganhou asas e vai voar - finalmente!
Fazes 33 anos. Eu passei os 28. Tão "longe" de quando nos conhecemos há quase 5 anos atrás. Peguei no teu blablabla e comecei a minha história. Não sem antes perder um ano presa a ti. Mas cá estamos. Não me escondo atrás de crenças, nem evangelizo. Limito-me a ser eu. Encontrei as correntes em que acredito e vivo-as, não lhes recorro para esconder monstros ou sombras.
És tu quem faz anos, mas fui eu que recebi o maior presente.
Há 4 anos, a tua cobardia fortaleceu a minha ligação com a minha Cristina.
Pela 1ª vez vi, alguém que não os meus pais, defender-me com unhas e dentes. Dar o corpo às balas, ouvir palavras feias por mim. Respondeu à espera de humildade, Humanidade em ti. Enganou-se (engamo-nos), não tens disso.
Fazes 33 anos. Mas este já não é o teu dia. É o dia dos trovões, é o dia do "Choose Love", é o dia de rir baixinho de todos os Homens Sagitário que se cruzam connosco, é o dia de celebrar os "4 espelhos" que apontaste à Cristina, porque hoje é o dia em que graças a ti duas pessoas se uniram para o resto da vida!
Já agora, que sejas menino o suficiente para dar um beijinho à tua mãe - nesse carinho estarei eu e não tu.
Ontem tivemos a 1ª reunião deste Projecto que nos vai unir durante um ano.
Noite, frio, confusão. E de um respeitável "Boa noite Prof." que recebia sempre um sorriso e um "Boa noite m-M", ontem passou a haver 2 beijinhos e piadas.
1ª reunião e o Projecto vira-se de cabeça para o ar. O tema/título mudou, tipo de estudar o distrito do Porto passo a estudar o País inteiro.
Mas, nas palavras do Orientador, eu sei mais, eu faço melhor, eu valho mais e este novo tema (que é quase como que evouluir da Licenciatura - que era suposto não ter muuuuuuito a ver, para Mestre) vai fazer com que as pessoas certas reparem em mim.
Assegurou-me que entre as 6 teses, os 15 artigos e as 15 notícias tenho material que chega - vá, só mais uns 5 artigos para complementar a "actualização" de tema - e que estou a ter a atitude certa perante o levantamento de Bibliografia.
Garantiu-me que vamos trabalhar para a baliza de notas que eu "aceito". Acalmou-me quanto à Defesa e garantiu-me que vai estar sempre disponível para mim - só tenho que criar um novo e-mail, que o Gmail está a sabotar-me e trocar as contas de skype - começamos em modo non-stop em Fevereiro.
Saí da Escolinha assustada porque é um projecto "maior", mais completo, mas que lá está, vai mostrar a todos "quantas notas sei tocar num piano". Saí da Escolinha com uma proposta para um projecto futuro, que a seguir em frente, nos vai por a "ensinar lado a lado".
Na 4ª feira à noite, desabafei com o menino-Rapaz: "até parece que a minha carreira se pode transformar em carreira académica".
Mal cheguei a casa, partilhei tudo isto com ele e do outro lado ouvi "não querendo dizer I told you so: ah e tal a minha carreira vai-se transformar em académica". E ouvi o uqnato ele acredita em mim ao garantir-me que vou arrasar com a Defesa, basta vir da minha mente e terei tudo sob controle - até porque tenho um grande Prof. lá, para me defender!
Agora vou-me dedicar ao artigo científico que tenho para acabar.
Se a distância arrefece corações e apaga amizades e afecta sentimentos?
Eu não acredito nisso. Não acredito mesmo.
A distância afecta os fracos. Os que não têm sentimentos verdadeiros, os que não lutam nem se esforçam para partilhar o que sentem, com quem sentem.
Ontem tive a prova disso.
Carinho e apoio da J.B a 300km. Crença a lift-up do Dreamer - lá nas Englands, seu safado! Calma de quem me lê um pouco por todo o lado (é vosso o sorriso tímido que consegui ter).
E o meu menino-Rapaz, duas horas comigo ao telefone/Droidinho/Skype, mesmo com -7ºC negativos (do lado de fora da janela), na Alemanha, a acalmar-me, a chamar-me à razão, a suportar-me, a fazer-me acreditar que, devagarinho, vou saber lidar com tudo. Ontem, como há um ano atrás, matamos saudades pelo Skype, mas não só as saudades "amorosas". São sim as saudades do partilhar a vida com alguém. O ouvir a voz que gostamos tanto ser mais do que vibração das cordas vocais, ser corda que nos segura, a palmos do chão.
Mesmo sabotados pela Internet, pelo Facebook, pelo Instagram a encravar, pelo delay do Skype. Estas 3 pessoas, cada uma à sua maneira, ajudou-me a travar as lágrimas, a abrandar o cérebro, a focar-me, a conseguir ver luzinha ao fundo do túnel.
Obrigado! É bom saber que não estou sozinha. E que de fracos, não temos nada!
Como é possível um sonho, uma luta, algo que começou tão bem fazer-me sentir um nada, prestes a ruir?
Eu bem pesquiso, eu bem tento adiantar trabalhos, eu bem me tento motivar. Mas a cada pessoa que conseguiu estudar, sair, divertir-se, namorar... e eu vejo sagrar-se "MESTRE", a cada visão dessas me sinto menos capaz.
Porque há quem me diga que 15 artigos, 10 notícias e 1 tese não são bibliografia que chegue. Porque eu não percebo a metedologia que me pedem. Porque eu nunca vi uma Defesa e não sei o que se passa lá - e tenho medo. E não sei se quero defender sozinha ou acompanhada por algumas pessoas - e quem eu gostava de ter na Defesa comigo, quase de certeza não conseguirá lá estar.
Estou neste momento a alinhavar o 2º artígo científico da minha "carreira", para ser avaliado pelo Ex-Shôr Director, que agora só mostra desprezo por nós.
E a partir de dia 2 respiro apenas para escrever o Projecto que tenho que apresentar dia 18 e que é suposto ser um rascunho da Tese... para entregar na totalidade no dia 15 de Janeiro.
Porque raio me meti nisto? Mas depois dou por mim a pensar "se quem tira Mestrados hoje em dia, porque não arranja emprego - tipo 60% da minha turma - consegue, porquê que eu, que estou (estava?) a fazer isto por gosto não hei-de conseguir?"
Ao mesmo tempo é a incerteza do desemprego, a motivação para o Natal (exceptuando as prendas já todas compradas) a zero.
Sinto-me a entrar em depressão, causada por uma decisão que há ano e meio me ajudou a sair da depressão em que estava.