Um e-mail que não enviei...
Corria Novembro de 2009, estava eu a começar a ganhar forças para me levantar do poço para onde, 8 meses antes alguém me tinha atirado, quando eu menos contava.
As palavras secaram-se-me na boca, mas corriam qual cavalo a galope na minha mente. Tinha a conversa com a parede - quando ainda acreditava que falar é sinónimo de obter resposta.
Nessa altura o Universo pôs no meu Caminho a minha Cristina, que do alto da sua estatura pequena, numa noite de trovoada, aproveitou uma data sonante e escreveu-o ela. E enviou-o sem eu sequer saber. O resultado de ter uma extensão de mim, comigo, tão sábia, só o vi cerca de duas semanas depois: um e-mail de 3 páginas que parecia tirado de dentro de todos os meus rodopios mentais: todas as perguntas, todas as dúvidas, todos os medos, toda a dor do abandono e do desprezo. Ao ler a resposta aprendi que há pessoas sem o caráter - porque educação até supostamente a tem... - de saber responder a um e-mail saído do coração. Li aterrada cada linha (sempre acompanhada da minha Cristina). Nesse dia percebi que tinha diante de mim o e-mail que não enviei, por fraqueza, por pensar demais no que os outros diriam.
Hoje sei que o meu crescimento até ser quem vou sendo hoje começou no momento em que alguém enviou o e-mail por mim. E posso garantir que aprendi a lição: não voltei a deixar um e-mail por enviar quando algo mais forte se passa dentro de mim.