Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle.
Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!
Já nem me lembro quando nos cruzamos. Mas sei que foi sem te conhecer (antes) e sem contar.
Sei que ao início recorri a ti, por tudo e por nada - era uma "miúda".
Sempre que me ias escapando da mente, alguém te trouxe, sempre, de volta a mim. E quando não contava, mais alguém cá em casa acredita tanto (ou mais) em ti, do que eu. Sorrio a cada novidade boa na minha vida, perguntando-me, lá no fundo da mente, se foi trabalhinho teu.
Esta semana sentamo-nos, lado a lado. Conversei contigo, suspirei, pedi e ofereci. São tuas as velas bonitas e cheirosas, as sobremesas dos dois, o sol, o quarto cheiroso e calmo. São meus os sonhos, os pedidos, as partilhas. Que te conto, que te confio e que acredito serão mais e melhor contigo.
Apercebi-me, nestes dias "mais sozinha", que "não há nada como namorar com fulanos 5 anos mais velhos", ou seja, dei passos mais rápidos do que quem me rodeia. Tenho a minha vida, a minha independência, a minha personalidade. E durante estes últimos dois anos, foi vista como fierce por quem se dá comigo.
O resultado: entrei na (minha) rotina, quando os vejo chegar onde eu já estou. Vejo os festejar esses passos quando já são a minha vida. A diferença é que eu partilhei a minha felicidade e os meus passos, mas neste momento, sinto-me posta de parte por quem continuei a alimentar. Não posso dizer que me sinta traída, ou "verdadeiramente triste", apenas o acho estranho.
Fecho o sorriso, encolho os ombros e continuo com o meu dia.
3 entrevistas numa semana, 2 notas finais, summer-cleaning, preparar a casa para o fim-de-semana romãntico do mês, conversar muito com o menino-Rapaz, cozinhar, voltar a dormir enroladinha com os meus quadrixanos - o meu preto, tal e qual nas posições de bebé, nos meus braços...
É uma questão de perspectiva. Continuar a caminhar em frente, fazer a minha parte, não me deixar apanhar pela inércia, pedir dias solarengos para voltar às leituras, quiça aproveitar o relvado do condomínio? Dar chapadas de luva branca, rir, sonhar, lutar. A perspectiva aqui é que em 2 anos tudo mudou e dou por mim contente a fazer summer-cleaning porque a casa se vai renovar e, talvez ficar um bocadinho mais com a minha cara.