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Os Contos da menina-Mulher

Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto. Estes são os meus pontos sobre saúde, culinária e lifestyle. Aqui toda eu sou vírgulas, reticências e, no extremo, pontos de exclamação ou mesmo um ponto final!

Qui | 04.04.13

Perguntaste-me...

Se eu continuava a escrever. Se tinha voltado a escrever.

E eu não te falei deste cantinho. Não te falei do sentimento todo que escrevo/tenho por ti aqui, porque não o posso viver conitgo, diariamente, a 5 minutos de distância - vês como a mim também me custa?

E porque supostamente "tenho medo da internet".

Mas sim, voltei a escrever. E um dos motivos foste tu. E as palavras acordaram as outras palavras, que se o mundo do dia-a-dia, não me impedisse, não parava de escrever. Tanta, mas tanta coisa diferente que a minha cabeça se lembra de pensar...

Por ti, deveria escrever e deitar fora, nem sequer voltar a ler, para ver os erros ou assim. Libertar, ajudar-me e "sair". Só colher frutos da escrita. E "calma mental". Mas porra, fui ensinada a escrever para partilhar, culpa as Ciências da Comunicação, vai a casa do D. e queima-lhe os livros! Burn the knowledge! lol

Quase tudo foi dito ontem, tudo o que se pode dizer ao telefone, sem ver a expressão do outro. Fomos sinceros, como sempre dizemos que somos e nos dispomos a fazer perguntas directas. Notei "arrependimento" por não "veres", vontade de aprender, de "melhorar" (sei lá se lhe posso chamar isto), sinceridade nas tuas falhas e nos recantos da tua personalidade. Mostrei-te sempre que pude, que é assim que te aceito, que é assim que aprendi a gostar de ti, que te conheço melhor do que pensas (se calhar). Mesmo que te custe ser "só humano", mesmo que te custe não ter tanta sensibilidade como eu e às vezes não a consigas mesmo ter. E eu aceito, namorar com alguém igual a mim, seria uma seca, dispenso isso, obrigado. E voltaste a fazer uma piada auto-diminuidora quando disse que estava feliz por te ter encontrado... e não percebes que no meu "não digas isso" vive um "não fales assim porque diminuis algo que é bom, mas tu pareces não ver".

Li algures algo do género: "quando gostamos, sofremos a dobrar. Sofre-se quando o outro não está bem." Ora, pois, é verdade. Doi-me quando te vejo aflito, doi-me ver tanto em ti e tu continuares preso a frases do passado, quando já és mais do que isso. Mas percebo que nós somos os últimos a ver, É normal. Da minha parte, nada do que disse ontem foi intenção de te fazer sofrer ou de te preocupar. Fui apenas eu a "descascar a cebola", mostrar-te como sou, no que penso, o que sinto, porque me desabituei de partilhar, voltei a prender dentro da minha cabeça... e lá está, como me fartei de dizer ontem: se estamos juntos é para falar! Se tu fazes o teu melhor, que acredito que faças, sem querer prometer atitudes que não consegues realizar. Eu vou tentar falar mais de mim, ali no meio da minha veia opinativa e conselheira toda, sem estar tão preocupada com o peso do que digo. Mas é tanta coisa ao mesmo tempo a que posso apontar o dedo: a doença da minha mãe, o emprego que todos os dias detesto mais um bocadinho, o Mestrado que podia já voar para Julho e acabar por este ano, os fins-de-semana que não dão para nada, as obrigações, o dia-a-dia afastar-me das pessoas de quem gosto e nem um café de jeito conseguir tomar sem ter que olhar para o relógio ou o calendário, o gostar da vida que tenho contigo e preferir ficar onde estás do que voltar e ainda não posso ou não consegui, que no fim, estamos iguais: frustrados e desmotivados e eu sei que é daqueles temas em que começo a falar e o meu tom de voz sobe e tu tens que me dar um toquezinho no braço.

Tudo começou porque na conversa que tivemos durante a tarde me senti longe de ti, a ter uma conversa de amigos, quase no café e estranhei, já passamos essa fase há uns meses, certo? À noite, "pedi-nos" para sermos adultos, em casa e aí sim, tivemos uma conversa de companheiros. Faço mea culpa por ter aparecido cheia de "Sol e Verão" na tua vida, e entretanto as estações terem mudado, mas também é do que preciso de/em ti: um bocadinho de atenção, porque o Sol e o calor às vezes ficam tapados. Só que não estou habituada a pedir, promise que vou tentar.

Acabei a conversa com a sensação de que foi um "parto difícil" para os dois, cada um pela sua personalidade, mas que foi preciso, é preciso falar-se e ser-se assim para podermos "crescer". No fim, senti-me tão bem por não ser tão anormal, que me sentia a ter a conversa na tua cama e não na minha, enquanto tu matraqueavas o computador. Tal como me disseste numa das saídas de Campanhã: "isto custa, e as saudades são estranhas, e faz-me confusão porque nunca passei por isto, mas o que sinto quando estou contigo vale a pena e, com tempo, tudo se alinha". Nesse dia, disseste tudo, eu não digo melhor!

Et voilá. Foi a nossa ida à revisão, para alinhar os travões e a suspensão e calibrar o óleo e aceitar as manchas de ferrugem de ter 27 anos cheios de muita coisa que andamos a fazer. Para que acredites nas minhas palavras de carinho (que é cada dia maior) e eu consiga ultrapassar as centenas de kms e sentir o carinho que tu pões nas tuas. Porque sei que ambas as palavrinhas, muitas ou poucas dependendo do espírito, nos fazem sorrir.

 

Vês? Arranjei tempo para escrever... E é nisto que dá :)

 

[E sim, este texto é para ele e ser-lhe-á entregue]

Qui | 04.04.13

The big picture...

Hoje pode ser só por imagens (tenho a cabeça em água e dormi pouco ontem...)? À laia de Pictonary?

Ora cá vái:

Porque o passado não assusta todos da mesma maneira e não é desculpa para qualquer um:

Porque nem todos temos a mesma "rede", não há mal em pedir e em falar:

 

Hoje estou 100kg mais leve.

Só falta que o meu menino do coração saia do hospital e esteja bem e saudável. E volte para casa depressa e me tire a paciência todos os dias.