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Pois é.
Chegamos ao Capítulo II, mesmo a tempo do 2º aniversário de namoro.
Faz agora 2 anos, estava eu a desembarcar em Coimbra, sem saber o que esse Sábado de Sol me ia trazer, tudo o que ia acontecer.
Trouxe até mim o Inginheiro de caracolinhos na Quinta das Lágrimas, por entre árvores e bamboo; por entre as ruelas da cidade, de mãos dadas na Sé e do beijo roubado ao partir, na plataforma de Coimbra B.
Desde esse dia vivemos 731 dias de muitas viagens, de muita esperança, de muitas dúvidas e perguntas, de sonhos, carinho, amizade, de gostar muito, de amar.
O que aos outros parece longe, tornamos perto. Os sonhos longínquos e que não dependiam só de nós... fizemos acontecer.
Agora sei, percebo, sinto e compreendo o que é gostar tanto de alguém como quase de nós, como a nossa família, a nossa parte fora do nosso corpo. Sei o que é ser feliz por fazê-lo feliz. Sei o que é ficar sem palavras nos gestos mais simples e simplesmente corar ou sentir os olhos brilhar.
Sei que encontrei o meu amigo, o meu amante, o meu companheiro, o membro esperado na minha família nuclear.
Nada me enche o coração como ouvi-lo dizer que está feliz, que quer mais da vida que agora temos. Nada me faz mais feliz do que vê-lo receber abracinhos do S. e turrinhas do B. e saber que cheguei a "Casa" (porque as casas não são só lugares). Nada me enche mais o coração do que vê-lo aceitar-me, cuidar de mim, enroscar-me nele a ver um filme.
2 anos surpresa. Dois anos em que ter a outra parte de nós longe ensina a sentir, a alimentar e a lutar.
2 anos de gomas e Lambrusco e filmes parvos e sotaques diferentes.
2 anos a saber que tínhamos que ser um do outro.
2 anos de nós.