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Já falei aqui várias vezes e prometi que toda esta mudança me faria mudar a mim também.
E estou a fazer o meu melhor.
Alimentação melhorada, cuidado pela casa, cuidado pelo/com o m-R. Cuidar de mim.
Mas a verdade é que me sinto muito, muito em baixo. Não sei até que ponto toda esta viragem para a vaidozice, as ideias de novas tattoos e piercing, o arriscar no meu estilo... não sou eu a fugir às evidências de que não me sinto eu.
Evito falar com os amigos. Não ligo, não mando sms. Deixo-me estar um bocado no meu canto, uso a "desculpa da casa", deixo passar os dias. Porque estou a morrer de saudades por dentro.
O emprego aqui está a furado: no papel é perfeito, na realidade está emperrado. É função Pública e está tudo dito. O esforço é sempre ao lado, sempre que acho que a semana e as funções estão a ir ao sítio... pimba: abranda m-M que isto não é a tua terra, páh!
Não consigo sorrir normalmente. Até o m-R nota. Não me lembro da última vez que gargalhei e me senti à-vontade.
Estou sempre a chatear os mesmos amigos: a de cá e os de lá. Sinto-me uma chata, queixenta.
Fujo de estar com os amigos do m-R.
Mas conto os dias para as datas em que vão acontecer coisas.
Descubro tarefas para ocupar a cabeça.
Enquanto isso vou-me sentindo doente, "aos bocados", desmotivada, a engordar, a perder o interesse, a garra.
Várias pessoas me dizem que é normal, que nem a super-mulher lidaria com tudo isto na boa. Que sou humana e devo é falar com as pessoas por me sentir assim.
Quero voltar ao desporto, quero sentir-me realizada na minha área profissional. Quero fazer o m-R mais feliz. Quero continuar a apostar em mim, mas sem ser para esconder nada.
Agora que o corpo e o coração estão na mesma cidade... permitam à minha alma cá chegar. Ajudem-me, oiçam-me (lá em cima!).
De dia para dia... sinto que a nova vida é feita de muitas obrigações e sinto-me a perder a motivação para nadar contra a corrente.